WannaCry ransomware — como evitá-lo?

Em maio de 2017 uma pandemia atingiu o mundo digital. Um malware (nome dado aos vírus computacionais) começou a ser disseminado em uma velocidade alucinante. Em poucos dias, o vírus WannaCry atingiu mais de 230.000 sistemas operacionais Windows e prejudicou a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.
Não foram apenas pessoas comuns as atingidas pelo WannaCry. Serviços governamentais também foram pegos de surpresa com esse malware. Até hoje, passado mais de quatro anos, pouco se sabe sobre o WannaCry. As investigações estão em curso para tentar descobrir qual o primeiro sistema operacional atingido pelo vírus.
Esse foi um dos grandes males que antigiu a internet nas últimas décadas. Um vírus desconhecido que se disseminou com uma rapidez impressionante tomou conta de computadores, bloqueou acesso e destruiu arquivos para sempre. Poucas pessoas sabem, mas ele continua ativo e operante, ainda que em menor escala.
Funcionamento do WannaCry
Baseado em códigos criptografados, o WannaCry tem como base uma tecnologia da NSA, Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos. O vírus se alastrava entre os computadores por meio da internet e, uma vez infectado, o dispositivo era bloqueado. Uma mensagem aparecia ao usuário dizendo que ele devia pagar um resgate para retomar o acesso ao seu celular ou computador.
O interessante da história é que o WannaCry não aceitava dólares em euros, apenas bitcoins. Em poucos dias, os criminosos já haviam conseguido um total de $33.000 dólares em resgates. Para sorte da comunidade global, a Windows agiu rápido e lançou uma atualização que freou o avanço desmedido do WannaCry pelos dispositivos de todo mundo.
Essa é uma ameaça inofensiva, a princípio. Chega em um e-mail qualquer, com uma mensagem familiar e de parabenização. Quando o usuário clica no arquivo, imediatamente o vírus começa a se replicar e, com a máquina da vítima, cria um domínio na internet onde começa a se espalhar para outros dispositivos que usam a mesma rede. É uma ameaça para todos que usam a internet.
Impacto global
Estima-se que países inteiros tiveram sua produção paralisada devido ao ataque do WannaCry. Portugal, por exemplo, se viu obrigado a paralisar linhas de produção de multinacionais para que o vírus não se alastrasse a ponto de causar danos irreparáveis à população. Na França, a mesma situação. Assim como em outros países do globo.
No Brasil, o Tribunal de Justiça de São Paulo, o maior centro judiciário do país, teve que parar suas atividades por dias devido a ser vítima do WannaCry. Ainda hoje os cálculos dos prejuízos causados pelo WannaCry são inestimáveis e governos locais investigam em busca dos responsáveis, mas nada ou quase nada se sabe.
A verdade precisa ser dita. O vírus WannaCry só fez essa grande quantidade de vítimas porque todas elas usam conexões não seguras. Se elas usassem VPN para fazer suas trocas informacionais, nada disso teria acontecido. Leia mais sobre o software VPN grátis e fique protegido de futuros ataques. As redes privadas são a melhor arma contra ataques desse tipo.
O herói que derrotou WannaCry
Apesar de todos os governos do globo colocarem seus serviços de inteligência para trabalharem em busca de uma solução para o WannaCry, quem salvou o dia foi um surfista americano de 22 anos. MalwareTech, como é conhecido no universo online, encontrou uma falha no sistema do vírus e conseguiu diminuir a velocidade da disseminação do WannaCry.
Ele notou que, toda vez que o vírus corrompia um sistema operacional, era enviada uma mensagem a um site sem dono. Essa mensagem era replicada para outros malwares e assim novos sistemas eram corrompidos. Marcus Hutchins comprou o site e bloqueou o acesso do vírus a ele, salvando milhões de dispositivos do ataque.
É verdade que o WannaCry não foi totalmente derrotado e outros criminosos resolveram esse bug do sistema para aplicar novos golpes. Então, é sempre atento aos e mails que chegam. Evite abrir qualquer arquivo e faça apenas conexões seguras, de preferência usando redes privadas.