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Um dia marcado pela cultura bageense

A quarta-feira foi um dia atípico para o setor cultural bageense. Logo pela manhã, um ato assinalou a abertura de dois eventos: a 8ª edição do Festival Internacional de Cinema da Fronteira e a 19ª Feira do Livro de Bagé. As informações são do Jornal Folha do Sul.

Na solenidade, realizada na Praça da Estação – que sedia a Feira – foram protagonistas a atriz Zezita Mattos, o cineasta Zeca Brito e a patrona da Feira, Márcia Duro Mello, assim como representantes do Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Sul (Sesc/RS), que atua na organização do evento literário.

De acordo com a gerente comercial do Sesc, Liziane Lucas, a movimentação na praça começou logo cedo, com estudantes de várias escolas da cidade e visitantes assíduos. Para ela, o clima também ajudou a estimular o fluxo de pessoas: “No ano passado, a semana da Feira estava fria e chuvosa e este ano, está calor, isso ajuda”, diz.

Liziane ressalta que a integração entre os dois eventos só tende a fortalecer ambos. “Esperamos cerca de 15 mil pessoas durante os cinco dias. Aqui, a população encontra a difusão da cultura entre as artes”, argumentou.

Já Márcia, que foi homenageada com poesias e flores na abertura da solenidade, desejou um bom evento a todos. “A Feira é um momento de entrelaçamento entre artistas e, principalmente, é uma conexão com o mundo literário e cinematográfico”, salientou. Vale citar que na Praça estão presentes 10 livrarias, 15 estandes, além de uma praça de alimentação e palco principal.

Por sua vez, o empresário Enedir Delazeri – que está com o estande da Sociedade do Livro – o evento vem crescendo ano após ano. Ele chegou a estimar que a tendência é que, nesta edição, se intensifique pela presença do Festival de Cinema. “Estamos com mais de 30 lançamentos, entre livros de todas as faixas etárias: infantil, adolescente, jovens, e esperamos que a procura seja grande”, acentuou.

Festival de Cinema
Sobre o Festival, o cineasta Zeca Brito frisou que suas expectativas estão voltadas para o futuro. Ele explica: acontece que cinema e literatura têm o poder de fazer com que haja reflexão sobre que tipo de cidadão o espectador ou leitor quer ser. A fala lembra que há, neste ano, integração do festival com a 19ª Feira do Livro. Os eventos, para Zeca, propõem divulgar um novo amanhã. “Irá ajudar a população que vir nos prestigiar a refletir sobre o caminho do futuro; qual que queremos seguir, qual queremos contar”, frisa ele.

Ele pondera que a aqueles que participarem será oportunizada a reflexão sobre o comportamento em geral, “não apenas o comportamento alheio, mas os seus também”. O cineasta comenta que, entre os filmes que serão exibidos, há um longa sobre “desenvolvimento a qualquer custo”. Trata-se de Comboio de Sal e Açúcar, que é uma denúncia ao colonialismo. “E um importante reflexo do que realmente vale a pena na vida”, enfatiza Brito. Entre os filmes que integram a mostra, exibidos no decorrer da semana, há 15 curtas na Mostra Internacional, sete longas – nove que participam da competição regional e quatro na mostra especial. Um total de 35 exibições.

Segundo a presidente do júri que irá avaliar e premiar os filmes inscritos, Zezita Matos, esta é a quarta edição que participa. A primeira vez foi nas telas do cinema com um de seus filmes, a segunda vez foi participando da mostra, com o longa “A História da Eternidade”, do diretor Camilo Cavalcante, a terceira participação foi com o monólogo “Brevidades”, e neste ano participando do júri. “Fui brindada com Bagé, que já faz parte da minha alma e minha vida. Quero parabenizar minhas colegas professoras, que trouxeram jovens para o Festival, e dizer que aqui vocês podem ter o contato com duas grandes artes, a literatura e o cinema, e escolher qual amanhã vocês querem”, destaca Zezita.

Consultório do Analista é inaugurado
Por fim, para fechar em grande estilo o dia voltado para a cultura local, um evento apresentou “O Consultório do Analista de Bagé”: trata-se de um conjunto de esculturas do artista plástico Sérgio Coirolo que representa a obra literária de título homônimo.
Na inauguração, aliás, esteve presente o autor do livro, Luís Fernando Veríssimo. Na ocasião, o visitante ilustre enfatizou que Bagé é a cidade mais tipicamente gaúcha que conhece. “Hoje (ontem), Bagé fez uma homenagem para mim, através das esculturas, e o Analista é uma homenagem à Bagé”, afirmou ele ao público presente.

A idealizadora do monumento é a ex-aluna do curso de Turismo do Senac, Bruna Antunes. Ela lembrou o que a fez sugerir tal obra. “Eu fazia estágio no Centro de Atendimento ao Turista e muitas pessoas que chegavam à cidade perguntavam onde era o consultório do Analista de Bagé. A partir daí, pesquisei os livros e vi a necessidade de ter uma referência. O Senac comprou essa ideia em parceria com a prefeitura e eu estou satisfeita e muito feliz”, acrescentou.

Folha do Sul

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