MTST ocupam duas áreas em Pedras Altas
A ação tem como lema Natal com Terra, 180 famílias estão acampadas desde a manhã desta terça-feira

Um grupo de 180 famílias de trabalhadores rurais sem terra acamparam desde a manhã desta terça-feira em duas áreas do município de Pedras Altas. Eles viajaram de Hulha Negra, onde havia um acampamento com sem terras de várias cidades da região sul há mais de um ano. Dessas, 30 estão na Fazenda Vila Nova, onde segundo o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Ildo Pereira, há um processo de vistoria do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no local. Outras 140 famílias estão na Fazenda Santa Angélica. “Pessoas são em torno de 400. Estamos conversando com um dos proprietários da terra, para que a parte da propriedade possa ser um possível assentamento do MST”, informa Pereira. A invasão foi pacífica.
Com o lema “Natal Com Terra”, sem terras do Estado iniciaram a vigília, que não tem data para terminar. Eles cobram o assentamento de 1,5 mil famílias acampadas no Rio Grande do Sul. O MST possui acampamentos na sede do Incra, em Porto Alegre e em outras cidades como Encruzilhada do Sul e Tupanciretã.
Há mais de 10 anos sem processos de Reforma Agrária, pedem que o Governo Federal acelere o processo de vistorias e compras de terras. “O projeto para um Brasil sem fome passa pelo acesso à terra e produção de alimentos saudáveis para o povo”, afirma a dirigente estadual Lara Rodrigues.
Um dos proprietários da Fazenda Santa Angélica, Ramiro Costa disse após a invasão que acredita que os produtores devem se unir para fazer o contraponto aos sem terra. “Dentro da ordem, dentro do direito, mas o apoio de todos é muito bem vindo”, enfatiza.
Em nota a Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) condenou a ocupação, afirmando que a ação “é um ataque direto à ordem constitucional e coloca em risco a estabilidade jurídica necessária para que os produtores possam desempenhar suas atividades com segurança e planejamento”. A Federação pede ainda a ação imediata e efetiva das autoridades no caso.
A Associação Nacional de Criadores Herd Book Collares (ANC), também em nota, exibiu preocupação e destacou a história da Fazenda Santa Angélica no setor pecuário, expressando solidariedade aos colaboradores. A ANC pede ainda a resolução do conflito pelos meios jurídicos.
Fonte: Correio do Povo