Qwerty Editorial – Vai passar
Em meio ao cenário de isolamento a que todos precisamos nos dedicar, pensar nos aspectos positivos talvez seja uma receita para que depois da crise, estejamos mais fortes

As notícias alarmantes nos chegam a todo o momento. O gráfico das contaminações cresce mais rápido que as medidas de precaução possam surtir efeito. Esse é o fim do mundo, o sinal dos tempos, o cumprimento das profecias bíblicas? Em parte sim, em parte não. Para quem se dedicar a fazer uma pesquisa rápida na internet, por exemplo, verá que o mundo já terminou e se reergueu inúmeras vezes, mas nós continuamos aqui.
Vida. Palavra carregada de significado. Estar vivo é muito mais do que simplesmente existir. É estar ciente das responsabilidades que temos não só para conosco mesmos, mas para com as pessoas que fazem parte da nossa comunidade.
Hoje vemos o real significado do que é ser humano. Independente da cor, da nacionalidade, do nível econômico, das distâncias, enfim, todos, indistintamente, estamos sentindo na pele, no bolso, no dia a dia, os efeitos de uma doença que serve, sim, para mostrar que somos todos da mesma raça, e portanto, a união de esforços deve mais do que nunca prevalecer, se é que pretendemos atravessar este desfiladeiro sombrio no qual estamos.
As medidas são fortes e o resultado delas é grave, mas assim como o remédio amargo ajuda a curar a enfermidade, essas ações são necessárias par que a humanidade volte, o mais rápido possível, a sua normalidade. Lembram daquele ditado: “depois da tempestade vem a bonança”?
O situação vai passar, como já passaram tantas outras. O fato de estarmos sendo atingidos mundialmente por uma doença que ameaça nossas mais profundas aspirações, deve fazer, também, com que reflitamos sobre o que é realmente importante em nossas vidas. O carro, o dinheiro, o status, o cargo, o emprego, tudo, absolutamente tudo, perde o significado no momento em que uma partícula organizada é capaz de nos por de joelhos e em muitos casos nos retirar do palco da vida.
Talvez agora consigamos avaliar o que alguns povos do oriente médio enfrentam por causa das guerras; talvez agora possamos perceber, ao menos em parte, o que algumas pessoas do continente africano passam por estar a braços com doenças que dizimam comunidades inteiras; talvez nesse período em que compulsoriamente precisamos estar mais em nossos lares, consigamos fazer a pausa que a rotina nos furtou; talvez, e isso vai depender de cada um, consigamos dar para a família a atenção e o cuidado que de outra forma não faríamos.
O momento não é de apontar o dedo, mas de mesmo distantes, nos mantermos unidos; o momento é de isolamento, mas também de reflexão; de cuidados com a saúde do corpo, mas sem esquecer o cuidado com o espírito; de manter a calma, mas de ter ações que contribuam para o controle da pandemia.
Isso tudo vai passar, e daqui a alguns anos vamos ler sobre isso nos livros de história; vamos assistir filmes contando como a humanidade sobreviveu a uma de suas maiores pandemias; daqui a alguns anos, quando tudo tiver voltado ao normal, vamos dar boas risadas, lembrar com um misto de alegria e tristeza, de um tempo que passou e que deixou muitos aprendizados. Pensemos nisso!