Qwerty Editorial – quem é o culpado pela criminalidade?
Quase todos apontam os governos pela criminalidade, pela falta de segurança que se instalou em todos os lugares, mas e a parcela de responsabilidade que cada um carrega, como fica?

Que vivemos tempos onde a insegurança chega a cada dia mais perto da sociedade, isso todos já sabem. Que o investimento dos governos de maneira geral é muito pequeno, também não é novidade. Mas algo que a maioria das pessoas ignora, é que cada um carrega uma parcela de responsabilidade que precisa ser assumida em algum momento.
Alguns dirão: Mas eu não tenho nenhum filho, nenhum familiar que seja criminoso, cumpro com meus deveres de cidadão, sou trabalhador e honesto. Muito bem. Mas acontece que o ser humano não erra somente pela ação, a omissão talvez seja um dos maiores pecados que o indivíduo comete. Não fazer nada diante do problema que surge diante de si é perder a oportunidade de mudar um cenário ruim.
O ser humano utiliza substâncias psicoativas desde que caminha sobre a terra. Muitas dessas substâncias fazem, inclusive, parte de algumas culturas e são religiosamente utilizadas. Mas como em tudo, o homem tende a abusar do seu livre arbítrio e, no caso das drogas não é diferente. Visando o lucro a qualquer preço, muitos indivíduos se valeram dessa possibilidade de ganho, da característica do ser humano de se deixar levar por tendências e modismos e criaram uma indústria do mal.
Mas antes que divaguemos em ideias e conceitos, vamos analisar alguns comportamentos que são encontrados aqui em Dom Pedrito:
Todos reclamam dos assaltos que a bandidagem vem cometendo, as vezes diariamente. Esses assaltos, quase que a totalidade, possuem relação com o tráfico de drogas. Agora chegamos num ponto crucial – o tráfico de drogas. Se esse comércio alternativo existe é porque há uma grande procura de consumidores por esses produtos que não se encontram a venda no comércio tradicional. Então perguntamos: De quem é a culpa pelo tráfico de drogas? quem vende ou quem compra?
Da mesma forma que um comércio tende a fechar suas portas quando ninguém compra os itens que têm para venda, é forçoso acreditar que o tráfico de drogas só prospera porque existe uma clientela fiel e que faz de tudo para encontrar o entorpecente que mais lhe agrada.
A cada baseado, a cada pedra de crack, a cada grama de cocaína que se compra, existe uma sequência de crimes que se desenrolam por um efeito reflexo – assaltos, tentativas e homicídios consumados, arrombamentos e tantos outros crimes conexos.
Pais que acobertam as ações de seus filhos, fechando os olhos ou colocando panos quentes nas suas ações delituosas, e que tendem a se agravar, existem a mancheias. São eles, certamente os que muitas vezes financiam não só o tráfico, mas o crime como um todo.
Dirão alguns que a sociedade é falha, que não oferece as mesmas oportunidades para todos, e que a queda de seus membros é culpa do modelo de vida que se criou. Em parte concordamos, mas é preciso que cada um assuma a sua responsabilidade por seus atos. A vida é feita de escolhas. O homem, nasce com suas tendências boas ou más, isso é visível até mesmo nas crianças, mas cada um escolhe o caminho que vai tomar; o homem é o artífice do seu destino; não existe um determinismo absoluto que faça o indivíduo haja como um autômato do primeiro ao último suspiro.
Diante da criminalidade, é preciso que cada um, como membro de uma mesma sociedade, pense no papel que tem no conserto da vida. Apontar erros e responsabilidades é muito fácil. Assumi-los é o que diferencia o acomodado daquele que pretende colocar a sua pedra no edifício social.