Qwerty Editorial – Quando o crime tenta se impor
Ameaças a policiais e imprensa – a inversão de valores e preço que se paga por cumprir com o dever de cidadão

Diante do cenário de violência em que vive a sociedade, vez por outra, alguns membros dessa coletividade humana se sobressaem negativamente. O combate ao crime em Dom Pedrito tem gerados seus frutos. Em uma corrente de ações, as polícias Civil e Militar têm, praticamente toda semana, realizado operações policiais, onde mandados de busca ou de prisão são cumpridos em locais, em sua maioria, com alguma ligação com o tráfico de drogas, verdadeiro flagelo social presente em todas as camadas.
É evidente que essas ações, que tem trazido muito prejuízo à bandidagem como um todo, geram descontentamento aos envolvidos com os delitos, sejam eles os autores ou mesmo os familiares destes. E nós da imprensa, assim como os policiais, recebemos esse contragolpe na pele.
Naturalmente que cumprir com o dever, seja ele o de prender bandidos, no caso das forças de segurança, ou informar a população, no caso da imprensa, gera um custo muito alto – a falta de tranquilidade, a restrição das atividades diárias e a crítica feroz.
Na semana que passou a Polícia Civil e a Brigada Milita de Dom Pedrito, em cumprimento a um mandado de buscas em uma residência no Bairro Oscar Vicente e Silva, prenderam um homem e uma mulher por tráfico de drogas. A residência era o tipo comum dos locais que são utilizados para vender entorpecentes, ou seja, um verdadeiro “ninho de ratos”, e isso não é nenhuma crítica ao fato de eles serem pobres, mas sim, a uma condição que se entregam aqueles que se julgam vítimas daquilo que julgam uma sociedade opressora. Os policiais se impressionaram com a sujeira e a degradação a que aquela família se entregava em uma casa que vivia aproximadamente dez pessoas, algumas delas, crianças.
Além desses presos, todas as pessoas, homens e mulheres que estavam na casa foram detidos por desacatar e ameaçar os policiais com promessas de morte e adjetivos que não temos coragem de nominar aqui.
Ato continuo, quando nem mesmo os trâmites legais haviam sido concluídos na delegacia, além dos membros da família já detidos, dois irmãos fizeram questão de serem presos ao criarem todo tipo de confusão. Ao todo, aproximadamente dez registros foram realizados por desacato e ameaça.
Nós da Qwerty Portal de Notícias, como fazemos sempre, acompanhamos os trabalhos, fotografamos, fizemos transmissões ao vivo, enfim, escancaramos para o mundo a prática criminosa e injustificável desses traficantes que deixarão, ao mesmo por algum tempo, de atuar nesse comércio alternativo.
No começo da tarde daquele mesmo dia, um dos indivíduos, jovem, porém com uma ficha criminal invejável, decidiu por enviar uma mensagem ameaçando de morte o nosso jornalismo, em especial, um de nossos repórteres. Na mensagem, o criminoso exigia que retirássemos de nossa página, a foto onde a sua mãe aparecia algemada entrando na delegacia, e que caso não obedecêssemos, consequências haveriam. No fim da mensagem, um recado – que não avisássemos a polícia.
Lógico que a primeira ação que tomamos foi registrar mais um boletim de ocorrência. E hoje, nesse espaço, deixamos claro que ameaças de criminosos, sejam elas quais forem, não nos intimidarão, tampouco farão com que deixemos de cumprir nosso papel que, além de informar, é mostrar para a sociedade que o crime sempre perde, o mau sempre sucumbe, por mais que se agigante em alguns momentos.
Diante de situações como a que aconteceu nessa semana, e dos comentários de parentes e amigos desses bandidos, sim, porque que trafica, rouba, desacata, só pode ser chamado assim, até parece que os errados são os policiais que os prenderam; que os errados são os membros da imprensa que noticiaram suas ações criminosas. O que é isso senão uma inversão de valores? O que é isso, senão, tentar justificar o crime?
Essa mensagem é para toda a sociedade. Não vamos nos intimidar; não vamos deixar de escancarar para o mundo o trabalho da lei, da justiça, e a queda do crime.