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Qwerty Editorial – Os desajustados

Quem são os criminosos que amedrontam a sociedade? O que está errado no modelo atual de sociedade? A lei precisa mudar? O número de presídios tem que ser maior? É preciso investir mais em educação? Construir mais escolas? Vamos analisar e refletir sobre causas, consequências e possíveis soluções.

Refletir, tentar achar uma resposta para o atual estado de coisas que vivemos, talvez seja um dos grandes anseios de nossa sociedade. Buscar o motivo pelo qual há tanta criminalidade, ou melhor, porque há os maus e os bons e talvez ir mais adiante, questionando o que é mau e o que é bom. Filosofia à parte, Dom Pedrito vive, talvez há aproximadamente duas décadas, uma crescente na onda de violência. Os números não mentem. Basta acompanhar os veículos de comunicação, que cada vez mais se ocupam em noticiar crimes de todos os tipos, a grande maioria deles com alguma ligação com o tráfico de drogas, que elo após elo, nessa corrente de violência, acaba por afetar a comunidade como um todo.

Com o advento da internet e das redes sociais, o grande público que a tudo assistia, recebia por assim dizer, as notícias de forma passiva, passou a ter a oportunidade de participar, de requerer um papel mais ativo na forma como os acontecimentos chegam até ela. Foi assim que a Qwerty, através de seu portal de notícias, inaugurou, há cinco anos, a era da participação do público final. Agora, as pessoas podem falar em tempo real o que pensam, o que precisa ser feito, suas experiências. Pelas transmissões ao vivo ou publicações convencionais, o leitor ou expectador passou a ter um canal livre para expressar seu pensamento, e é aí que podemos contemplar a alma da sociedade pedritense.

Como? Tentaremos explicar. Imaginemos uma de nossas transmissões ao vivo pelo Facebook, as lives como todos conhecem. O repórter inicia sua fala, contando sobre uma prisão importante que a polícia realizou. O criminoso cometeu um crime bárbaro, hediondo. Qual é a primeira coisa que as pessoas que assistem fazem. Manuseando rapidamente os polegares, dizem que o criminoso merece morrer na cadeia; ser espancado até a morte ou quem sabe, ser queimado ou enforcado em praça pública, como acontecia na idade média. Não pensem que estamos defendendo o bandido. Não. O crime merece ser punido com todo o rigor da lei. Mostramos com esse exemplo, o quanto belicosa, violenta e vingativa é a sociedade como um todo, e Dom Pedrito não foge a regra, basta acompanhar os comentários em matérias que Qwerty Portal de Notícias publica diariamente.

Fizemos essa já longa introdução somente para mostrar que o que diferencia as pessoas umas das outras são circunstâncias, oportunidades e posições. Aquele que comete um crime hediondo ou passional, as vezes possui muita semelhança com aqueles que se consideram do time dos bons.

Quem são os criminosos que amedrontam a sociedade pedritense? Onde moram, porque fazem o que fazem? Como dissemos, o tráfico de drogas, caminho que muitos escolheram trilhar como forma de ganhar a vida, só existe porque existe porque há, também, aqueles que sustentam essa atividade.

2019 vem sendo um ano violento. Assaltos a mão armada e postos de combustíveis, lotéricas, joalherias, roubo a residências, estabelecimentos e instituições. O efetivo policial trabalha em um regime exaustivo, devido ao baixo efetivo. As autoridades municipais se movimentam, buscando no governo do Estado, olhares mais atentos para a onda de violência. Medidas paliativas são levadas a efeito, a exemplo das operações tapa buraco, aquelas que são realizadas quando não há recursos disponíveis para o conserto da estrada.

É o típico exemplo do grilo que cricrila até tirar o sono do trabalhador. Quando se acende a luz para procurá-lo, o bichinho cessa, para continuar assim que a pessoa deita.

A violência é assim – ela é refreada e os criminosos puxam o freio de mão. A sensação de segurança aumenta por um curto período, até que as ações policiais enviadas pelo governo estadual retornem para seus locais de origem, momento em que a raposa sai mais uma vez da toca.

Quem são eles, o que está errado no modelo atual de sociedade? A lei precisa mudar? O número de presídios tem que ser maior? É preciso investir mais em educação? Construir mais escolas?

A sociedade tem se mostrado imatura, despreparada, apesar de tantos avanços, para encontrar a resposta correta.

Como uma prova de múltipla escolha, as opções lhe são dadas a cada quatro anos. É certo que as alternativas nem sempre são as ideais, mas cada povo tem como seus governantes, simplesmente um modelo que ela própria é.

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