- DestaquesVARIEDADES

Qwerty Editorial – Educação vem de casa?

Uma abordagem sobre a forma como a sociedade age diante dos desafios diários

A educação é um tema sempre presente na vida de todos. Uma vez que vivemos em sociedade, ou seja, em uma comunidade que se une com vistas ao benefício de todos, apesar de pertencermos a um sistema capitalista, essa aglomeração em centros urbanos ou rurais, funciona de modo a que o conjunto de seus serviços, produtos e pessoas, facilitem a vida de todos. E para que essa engrenagem funcione é preciso que haja regras de convivência, leis que disciplinem e punam aqueles que teimam em não agir dentro das normas. É aí que entra a educação.

Educação não pode ser confundida simplesmente com o ensino, aliás, apesar de ambas parecerem a mesma coisa, cumpre separá-las em lados distintos. O ensino, embora não seja ofertado para todos de forma igual, pode ser acessado de maneira relativamente fácil, pois existe uma rede pública que oferta o serviço.

Educação, como fala o ditado, se traz de casa. Educação, no sentido de respeito, de trato com as pessoas, de consciência cidadã, o indivíduo tem ou não tem. Não tem nada a ver com conhecimento intelectual. Um se encontra nos bancos acadêmicos, públicos ou privados; o outro, precisa de esforço, de vontade individual, de consciência de coletividade.

Imaginemos algumas situações hipotéticas, se bem que muito corriqueiras:

No primeiro caso temos uma cena presenciada todos os dias, mas que aos finais de semana pedritenses aumenta exponencialmente – uma pessoa que caminha pela calçada, coloca a mão no bolso, pega uma bala e joga a embalagem no chão; no segundo caso, um motorista que avança a sinalização e passa com o carro por cima do asfalto que está sendo colocado na Rua 21 de Abril; o terceiro caso, uma pessoa tida por honesta, afinal não é um assaltante, nem outro tipo de criminoso, recebe o troco para mais do caixa do supermercado e percebendo o erro do funcionário, permanece calada assim mesmo; no quarto caso, alguém precisa marcar uma consulta, a fila de espera é grande, esse alguém tem um conhecido, um político, um funcionário do setor, ele não pensa duas vezes em pedir para passar seu nome na frente dos demais.

Todos esses são exemplos de como a educação pode ser bem diferente do que simplesmente possuir mais conhecimento que o outro, o que pode ocorrer por contingências e particularidades que a vida a impõe a todos. Se possuir dinheiro fosse sinônimo de educação, não veríamos tanta gente rica maltratando os demais. Se ser pobre significasse falta de educação, não nos depararíamos com inúmeros exemplos de gente de fino trato nas periferias de Dom Pedrito, gente que apesar das dificuldades diárias, sabe como se deve conversar, como viver em sociedade.

Ter educação, portanto, vai muito além daquilo que se costuma acreditar. Educação se traz de casa sim, mas não devemos entender com isto, que os pais devam ser totalmente responsabilizados pela conduta dos filhos. Muitos, apesar das orientações que recebem, tomam suas próprias decisões, possuem sua individualidade, sua personalidade e, somente estes é que devem ser culpados pelos erros que cometem.

Ter educação também pode significar ser uma pessoa de bem, aquela que cumpre com suas obrigações, que é honesta, que não suja sua cidade, que não faz a crítica pela crítica e que torce pelo progresso da terra onde mora. A educação que vem de casa é percepção do indivíduo de que as mudanças para melhor que são esperadas por todos, na vida pessoal ou coletiva, devem surgir de uma decisão íntima, partindo da pessoa para as pessoas. Isaac Newton, no século XVIII, provou que toda ação gera uma reação equivalente – a 3ª lei de Newton, ou seja, se queremos receber educação, devemos primeiro, ser educados; se queremos uma cidade melhor, sejamos melhores para nossa cidade. Pensemos Nisso!

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo
×

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios