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Qwerty Editorial – Animais errantes, afinal, de quem é a responsabilidade?

Um problema social que afeta a vida de todos, mais do que se imagina. Cães, vacas e cavalos estão entre os animais que vem causando uma série de transtornos, inclusive acidentes graves. Confira o editorial dessa semana. Reflita e deixe sua opinião.

Por Dom Pedrito ainda ser uma cidade muito ligada ao meio rural, existem alguns costumes que permanecem até os dias de hoje. Talvez por ignorância, não no sentido pejorativo do termo, mas por falta de conhecimento mesmo, muitas pessoas agem como se dos seus atos ou mesmo de sua omissão não fossem ser geradas consequências.

Assim, vemos não só na periferia, mas em todas as partes da cidade, animais sendo literalmente criados na rua. Na área urbana, o principal “problema” são os cachorros. Sem culpa de estarem onde estão, eles acabam por atrapalhar o trânsito de veículos, representando um perigo a mais para condutores e pedestres. Além disso, só o fato de eles estarem nas ruas, sem assistência nenhuma, se alimentando de sobras no lixo, fazem deles potenciais vetores das mais variadas doenças tornando Dom Pedrito uma zona endêmica de zoonoses, que são as doenças infecciosas capazes de ser naturalmente transmitidas entre animais e seres humanos. Temos assim, um típico caso de saúde pública.

Não bastasse o quadro já instalado, até hoje nenhuma política de controle populacional de cães foi aplicada no município de Dom Pedrito. O governo não tem sequer, uma estimativa do número de cães de rua. A gestão atual até esboçou um reação diante do problema dos cães de rua, com a promessa da criação de um Centro Castrações, o que aparentemente não passou do projeto.  Mais adiante, através de convênio iniciou-se a castração de certo número de animais por mês, o que infelizmente não resolve o problema, seja pelo pequeno número, seja porque, depois de castrados, esses animais retornam para onde vieram, ou seja, para as ruas.

Já o Canil Municipal, estrutura apartada da cidade, configura-se um verdadeiro campo de concentração para cães que não tiveram a sorte de escapar. A exemplo de um gueto da Segunda Guerra Mundial eles estão relegados a um ambiente insalubre, onde permanecem, literalmente, depositados, retirados do convívio, para, trancafiados, aguardarem por um destino incerto.

Outro costume presente na comunidade mais carente, é a criação de cavalos e vacas que em algumas circunstâncias acabam por escapar, ou são voluntariamente soltos nas ruas para se alimentar. Na campanha temos as vacas de corredor. Em Dom Pedrito, temos as vacas de rua. Junto delas, os cavalos, a maioria deles utilizados para tração animal, fazem das ruas pedritenses, um verdadeiro curral urbano.

Poderão dizer alguns que são o meio de subsistência de muitas famílias e que a proibição de possui-los ou a apreensão deles iria causar outro problema social. Mas é aí que deve atuar o poder público, com políticas preventivas e de incentivo, todas elas voltadas para o bem comum.

Não foram poucas vezes em que a equipe de jornalismo da Qwerty registrou acidentes, alguns deles graves, tanto na área urbana, quanto na BR 293. Foram veículos que, geralmente à noite, bateram em vacas ou cavalos que andavam sobre a pista, como no caso da semana em curso, por exemplo, onde um motociclista que se dirigia para o trabalho, colidiu frontalmente em um cavalo, no trevo da BR 293, com a Rua Serafim dos Anjos Freire. O animal precisou ser sacrificado. Nesta situação como em todas as outras, o proprietário não foi localizado. Há até quem brinque com a situação, como se eles fossem vacas e cavalos silvestres, que vivem na natureza e vez por outra aparecem sobre a rodovia.

Em síntese. Brincadeiras à parte, o caso é grave. Seja na área urbana, seja nas rodovias federais e estaduais, os animais de pequeno e grande porte não podem coabitar com motoristas e comunidade em geral. Além de um problema sanitário, há o perigo de acidentes. Ante a omissão dos governos, a população fica a mercê da sorte. Como e quando a situação vai ser resolvida, é a grande questão.

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