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Produtores divulgam construção de agroindústria para extração de azeite de oliva

Cerca de 10 produtores reuniram-se para a construção de uma indústria de extração de azeite de oliva. O grupo adquiriu uma área de quatro hectares que pertencia ao Clube Cantegril, de Bagé, próximo ao Aeroporto Internacional Comandante Gustavo Kraemer, na BR-153. O empreendimento terá condições de absorver uma  produção oriunda, em média, de 150 hectares com olivais por ano. As informações são do Jornal Folha do Sul.

O sócio-administrador da Azeites do Pampa Agroindústria Ltda., o médico Pedro Dirceu dos Santos, explica que a ideia surgiu após reuniões e encontros dos produtores de oliveira de Bagé, que discutiam a possibilidade de avançar com a cultura, partindo, após, a etapa da colheita da azeitona, para o próprio beneficiamento do azeite de oliva. “Discutíamos que era algo viável de se fazer e que a partir de um projeto para a construção da agroindústria começaríamos esse empreendimento. Investimos capital nesse empreendimento, porém, o problema é a burocracia no Brasil que nos atrapalha pelo tamanho de exigências, pois já deveríamos estar com a agroindústria pronta. Iremos cumpri-las e é possível que em breve possamos iniciar a obra”, salienta dos Santos.

Conforme o Folha do Sul, um dos sócios da empresa, o engenheiro agrônomo Émerson Menezes, informa que a previsão para o início da obra de instalação da indústria é para março. “A Licença Prévia deverá sair neste mês. Para começarmos a obra, precisamos da Licença de Instalação, mas acredito que será liberada até março, pois o projeto já foi aprovado na Prefeitura de Bagé”, explica. De acordo com o agrônomo, atualmente, entre os 10 integrantes da “Azeites do Pampa”, há, em conjunto, um total de 80 hectares plantados com oliveira. No entanto, a previsão é de ampliar esse número para que até o final do ano possa se chegar a 100 hectares com olivais. O projeto arquitetônico é da A+Arquitetura, feito pelas arquitetas Aline Pedroso da Croce, Ana Lúcia Kalil Sarmento e Angélica Camargo.

Conforme o engenheiro agrônomo, a indústria deverá trabalhar com uma carga de 500 quilos de azeitona por hora, além da produção local, por ter uma capacidade de absorção de até 150 hectares plantados, a empresa poderá atender uma boa fatia da produção de terceiros. Ou seja, de produtores de municípios próximos que também estão investindo na cultura. “É a primeira iniciativa com esse enfoque e nessa cultura em nosso município. Tentamos via poder público, mas resolvemos investir nossos esforços para esse empreendimento de forma privada. A indústria que viabilizará a extração do azeite de oliva é uma necessidade para os produtores locais e também uma oportunidade para o setor”, ressalta Menezes, que adianta que a máquina extratora já foi adquirida pelos sócios e deverá ser instalada após a conclusão da obra da indústria. “Nossa expectativa é trabalhar com a próxima safra, indicada para o período de fevereiro e março de 2018, tanto com produção de Bagé quanto a de municípios próximos que já contam com olivais, como Aceguá, Hulha Negra e Dom Pedrito”, destaca o engenheiro agrônomo, que também informa que o grupo já trabalha com o registro para a marca do azeite produzido, cujo nome será “Azeites do Pampa”.

Sobre a expectativa da disponibilidade de um produto diferenciado no mercado consumidor de azeites de oliva, dos Santos reforça que a região terá um azeite superior aos importados. “Há estudos que apontam que toda essa região da Metade Sul do Rio Grande do Sul conta com um clima e solo propício para o cultivo da oliveira. Então, tenho certeza que teremos condições de produzir azeites incomparáveis para o mercado. É o que projetamos e o que queremos”, destaca o médico que há cerca de dois anos planta oliveiras.

Ainda sobre os cenários de mercado que surgem com a instalação do empreendimento em Bagé, Menezes destaca que o município é um pólo na região e que sua localização entre as cidades de Pinheiro Machado e Sant’Ana do Livramento, que também detêm força na olivicultura gaúcha, proporcionará que produtores de localidades próximas tenham uma agroindústria para entregar suas azeitonas, com diminuição de custos. “Acredito que essa iniciativa também incentivará que mais produtores passem a investir na oliveira”, conclui.

 

Folha do Sul

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