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Prefeitura de Bagé argumenta que dificuldade em manter estruturas do espaço é um dos motivos para venda

A Prefeitura de Bagé divulgou, recentemente, a intenção de leiloar a área onde está instalada a cidade cenográfica de Santa Fé, no Parque do Gaúcho. O local, com cerca de 17 hectares, tem valor estimado pelo Executivo em R$ 1,8 milhão. A justificativa para colocar o espaço em leilão é que a venda poderia resultar na obtenção de recursos para pavimentação dos bairros Morgado Rosa e Habitar Brasil.

No entanto, além do caráter de beneficiar os bairros, a medida também confirma as dificuldades financeiras que o governo municipal tem para garantir a manutenção das estruturas que serviram de cenário de gravação do filme “O Tempo e o Vento” em 2012.

É o que confirma o vice-prefeito, Carlos Alberto Fico. Ele comenta que há serviços de manutenção feitos com os valores que são arrecadados com as visitações na semana e, principalmente, nos finais de semana. Porém, os reparos não abrangem os prédios maiores, explica Fico. “Já fizemos a reforma em um prédio e agora estamos realizando em mais dois com recursos do município. No entanto, é muito difícil conseguir manter toda a estrutura dos prédios maiores ou os principais, em termos históricos, sem recursos, ou reformá-los a ponto de que fiquem permanentemente em boa situação. Precisa-se de um aporte de recursos que, hoje, a prefeitura não tem como utilizar”, argumenta o vice-prefeito.

O exemplo da dificuldade que a prefeitura teria para garantir as estruturas da cidade cenográfica sem a necessidade de reparos constantes está no caso da reforma da casa do Capitão Rodrigo. Isso porque, no ano passado, no dia 19 de maio, houve o anúncio de um repasse de R$ 275 mil através de emenda parlamentar do deputado federal Marco Maia (PT). A verba seria destinada para a reforma da casa do personagem. Todavia, o processo licitatório se encerrou sem o interesse de nenhuma empresa para realizar a obra. Fico informa que a emenda acabou não se liberada, além de não se conseguir outros recursos para a reforma dos principais prédios históricos.

Questionado se haverá algum tipo de cláusula no projeto de venda do espaço que impeça que o possível comprador da área não venha, no futuro, a destruir a cidade cenográfica, o vice-prefeito refuta tal possibilidade. “Eu acredito que o prefeito Dudu Colombo, quando incluiu a iniciativa de vender a cidade cenográfica, bem como outras áreas ali próximas, teve, acima de tudo, a intenção de que o futuro comprador só adquira a área com a intenção de preservação da cidade cenográfica. Não haveria interesse de que alguém viesse e comprasse a área, e, no futuro, derrubasse a cidade cenográfica. Mas, sim,ao adquirir o local, a reformasse a ponto de mantê-la como ponto turístico”, pondera Fico.
A meta do Executivo, agora, é apresentar o projeto de leilão da área à Câmara de Vereadores, que fará a apreciação da iniciativa.

Jornal Folha do Sul

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