Polícia Federal prende dois acusados por vender cigarros contrabandeados em Bagé

Foram presos, ontem, dois homens acusados por vender cigarros contrabandeados do Paraguai. A dupla, conforme exposto, utilizava o prédio da Câmara de Vereadores para guardar os produtos, que eram comercializados na região central da cidade.
Os dois homens eram monitorados pelos agentes da PF, sendo filmados e fotografados fazendo a venda dos cigarros e pegando os produtos de dentro do prédio do Legislativo.
De acordo com o delegado federal Rafael França, o crime poderia estar ocorrendo há quase 20 anos. “Há dois dias prendemos cerca de nove pessoas por esse crime e eles continuam comercializando em pleno centro”, relatou.
França contou que uma denúncia levou os agentes até o local e descobriu como funcionava o crime. “Chegamos com o equipamento e flagramos a venda, mas o que nos surpreendeu foi que um deles entrava na Câmara de Vereadores e pegava os pacotes de cigarro, saía e entregava para os clientes”, detalhou.
O delegado destaca que, em depoimento, um dos acusados contou que está ali no local há 18 anos e, nas últimas duas legislaturas, guarda os produtos no interior da casa. “Ele afirmou que todos os vereadores sabem, inclusive, um deles estaria devendo dinheiro para ele, por conta de um empréstimo. O nome do fornecedor do produto ele não relatou, mas garantiu que todos do poder Legislativo sabem deste depósito”, ressaltou.
Em sua conclusão, França enfatizou que o contrabando é crime federal e que os funcionários da Câmara que aparecem nas filmagens serão ouvidos. “Iremos prosseguir a investigação, temos que saber todos os pontos. Ele afirma que guarda os produtos há muito tempo com autorização dos vereadores, e flagramos eles retirando os cigarros do local. Iremos averiguar”, finalizou.
Os dois acusados foram presos em flagrante, pelo crime de contrabando, e foram encaminhados ao Presídio Regional de Bagé. Este delito é inafiançável e pode ter pena de até cinco anos. A PF reitera que irá seguir no combate a este tipo de registro, fiscalizando e retirando das ruas todos os suspeitos.
Folha do Sul