Em Bagé, Polícia Civil desencadeia operação para combater crimes a estabelecimentos de ensino

Ontem (5) pela manhã, agentes da 2ª Delegacia de Polícia, coordenados pelo delegado André de Matos Mendes, com apoio de policiais da 1ª Delegacia e Delegacia de Aceguá, desencadearam a operação “Beabá”. A ação visou combater crimes de furtos em estabelecimentos de ensino em toda a Rainha da Fronteira. Desta vez, as atividades foram em dois bairros da zona leste – Balança e Santa Flora. As informações são do Jornal Folha do Sul.
Conforme repassado à reportagem, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, quatro no bairro Balança e um no Santa Flora. As investigações da 2ª Delegacia de Polícia apontaram os referidos pontos como possíveis receptadores e até indivíduos que realizavam os furtos em escolas municipais e estaduais na zona leste.
Em uma residência, foram presos em flagrante Tatiana Centena Barreto, 31 anos, e Everaldo Teixeira Ferreira, de 21. Alguns objetos foram restituídos aos órgãos públicos e outros serão apurados para identificar a origem.
Material furtado do Ciep
Portões e a bomba da caixa d’água da Escola Estadual de Ensino Médio Luiz Maria Ferraz (Ciep) foram furtados na noite de terça-feira. Um dos portões foi encontrado na residência dos detidos, além de diversos equipamentos. Os policiais revistaram, também, os arredores, e, na lateral da casa, avistaram o portão que foi apreendido e entregue à instituição. Também com o casal foram encontrados fornos elétricos, micro-ondas e aparelhos de som, entre outros itens.
Apreensões gerais
Durante a ação foram apreendidos: mais um aspirador de pó, um monitor, um conjunto de som com duas caixas, televisões, um aparelho de CD automotivo, um telefone celular, cortador de grama, uma caixa de som automotivo, uma serra de mármore e uma furadeira. Além de poltronas e cadeiras.
A ação
O delegado Mendes enfatizou que as atividades de ontem são mais uma resposta para a comunidade. “É importante expor para a sociedade que a Polícia Civil está atenta. Não combate apenas o tráfico de drogas, crimes contra a vida e os crimes rurais. Combater delitos contra o patrimônio, em especial o público, é de extrema relevância”, salienta.
Ele ressalta que as escolas estão sendo alvos de vandalismo seguidamente. “Além dos atos dos vândalos, acontecem furtos e sabemos que tem uma rede de receptadores. Esses objetos são muito difíceis de serem rastreados e a 2ª DP vinha trabalhando e investigando. Após mapearmos os locais, conseguimos cumprir os mandados de busca e recuperar alguns itens”, destaca.
Mendes reforça que esse trabalho será permanente. “Queremos impedir e coibir a ação de criminosos. Isso causa prejuízo, não somente ao poder público, mas a um grande número de estudantes que ficam privados de acesso aos objetos de furto e aos espaços por causa do vandalismo”, completa.
Demandas da comunidade
Após a operação da Polícia Civil, a reportagem retornou ao bairro onde está localizada a Escola Ciep para conversar com a comunidade. Muitas pessoas não quiseram se identificar, porém, deixaram claro algumas demandas.
“Depois de certa hora da noite não podemos mais sair para a rua. Precisamos de patrulhamento da polícia mais seguido, mas também entendemos que faltam policiais e ainda estão sem receber”, disse um morador.
Outro caso que chamou a atenção, durante a ação, foram as paredes de uma antiga casa que está em ruínas, mas que serve para acolher traficantes e usuários. “Além de estarem feias essas paredes, juntando bichos, ainda servem como ponto de uso de drogas. Isso que é, praticamente, ao lado da escola. Gostaria que colocassem isso abaixo. Está só atrapalhando”, relatou outra moradora.
Inclusive, durante a ação, alguns policiais estiveram averiguando as ruínas e, dentro do espaço, encontraram um indivíduo que foi revistado, mas nada havia contra ele.
Preocupação dos órgãos competentes
Quando se fala em vandalismo, o que vem à cabeça são postos de saúde e escolas, que vêm sofrendo constantes e sistemáticos furtos e depredações. Recentemente, uma mesma escola municipal foi alvo de vândalos três vezes em menos de uma semana. Levantamentos feitos pelas instituições mais atacadas apontam que, somente até julho deste ano, os prejuízos chegam a cerca de R$ 43 mil.
Inclusive, esses dados levaram a secretária municipal de Educação e Formação Profissional, Adriana Lara, a convocar a Brigada Militar e a Polícia Civil para uma reunião. Na época, ela disse: “Precisamos unir forças para tentar reduzir esses índices que são alarmantes”.
O delegado Luís Eduardo Benites orientou a secretaria e as escolas a fornecerem à Polícia Civil informações que permitam a instauração de inquérito investigativo. “Sem informações, não temos os meios para chegarmos aos infratores. Se há informações, é importante que elas sejam repassadas à polícia para que possamos trabalhar. É preciso dar subsídios para que o Estado possa agir”, analisou o delegado.
Os integrantes da patrulha escolar da Brigada Militar mencionaram que seria importante se recebessem reforço no efetivo, para uma melhor cobertura das mais de 80 escolas atendidas por eles. É importante que a comunidade faça as denúncias.
Jornal Folha do Sul