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Pedritense se prepara para escalar Monte Everest

“Do fundo do poço ao topo do mundo”. É assim que o pedritense André Prati, de 44 anos, define o desafio que acaba de traçar para sua vida. Radicado nos Estados Unidos desde 1996, ele pretende escalar o monte Everest, o mais alto da Terra. Situado no Nepal, a montanha está a 8.848 metros acima do nível do mar e é considerado o maior obstáculo dos alpinistas. No entanto, em abril de 2019, Prati pretende registrar seu nome na história da humanidade dos que conseguiram superar os limites físicos e mentais. As informações são do Jornal Folha do Sul.

Mas como Prati chegou aos Estados Unidos e passou a ter essa meta para sua vida? Eis a história. Nascido em Dom Pedrito, em 1972, estudou na escola Urbano das Chagas e Patrocínio. Após concluir o Ensino Médio, no início da década de 1990, optou por buscar “novos horizontes” e se mudou para Cascavel (Paraná), onde permaneceu por dois anos. No Brasil, ainda esteve em Curitiba e no Rio de Janeiro. Visando obter novas qualificações profissionais, Prati decide imigrar para Nova Iorque com o propósito de estudar Comércio Exterior. Desde então, permaneceu nos Estados Unidos, só que em Coral Springs, no sul da Flórida, cidade em que se instalou em 2001 para exercer a atividade de empresário no ramo de exportação.

Mas qual o fator que motiva Prati a escalar o Everest? A resposta é a luta para vencer o sedentarismo. “Depois de ser um atleta escolar, em Dom Pedrito, com ótimo desempenho, me tornei um sedentário. Até o começo desse ano foram 20 anos de sobrepeso, falta de energia, falta de motivação, momentos de depressão, até chegar ao fundo do poço fisicamente e mentalmente”, salienta. Em março passado, Prati decidiu reverter tal quadro, inspirado e, Waldemar Nicleviks, o primeiro brasileiro a subir no topo da montanha, em 1995.

Planejamento
No entanto, para encarar o desafio, é necessário um planejamento a longo prazo. Por isso, Prati elaborou um cronograma até abril de 2019, data marcada para a escalada. Os treinamentos começaram no dia 16 de abril desse ano, sob a coordenação do preparador físico Tomal Clark, que trabalha no Miami Dolhpins, time da primeira divisão do futebol americano. Ele também conta com acompanhamento de uma nutricionista esportiva e realiza, com regularidade, consulta e exames com médicos especialistas em altitude e fisioterapeutas.

Dentro da preparação também estão previstas atividades práticas. De 13 a 18 de agosto, ele participa de uma expedição no monte Rainer, o segundo mais alto dos Estados Unidos, localizado no estado de Washington. Em 31 de dezembro,  faz nova escalada, só que no Aconcagua, na Argentina, o mais alto da América. O monte Blanc, da França, ou o Kilimajaro, na África, também estão na mira. O último treino antes do desafio principal será o Denali, no Alaska, o maior dos Estados Unidos.

Trabalho físico e mental
São vários os riscos para quem escala o Everest. Temperaturas com 40 graus abaixo de zero, riscos de avalanches e tempestades e um terço de oxigênio no topo da montanha são os principais percalços que Prati aponta. Ele expõe, ainda, a estatística de que a cada 10 alpinistas que conseguem subir, dois morrem. Isso em função de edema cerebral e pulmonar. “Muitos são chamados de loucos por desafiar a montanha, mas o progresso no mundo vem da curiosidade humana e a necessidade de explorar novos horizontes, principalmente nossos próprios limites”, frisa.

Mesmo que outros já tenham alcançado o feito, o desafio terá um “gosto especial” para Prati. Do “abismo do sedentarismo” para a “visão mais alta da Terra” é o que faz com que esse pedritense ignore todos os tipos de riscos. “Todos os outros alpinistas eram profissionais, atletas ou pessoas com vidas extremamente ativas fisicamente. Levantar do sofá depois de 20 anos e, em dois, enfrentar a maior montanha do mundo, torna o desafio ainda maior. Se após a conclusão desse desafio eu tiver recuperado, novamente, o gosto da juventude, e se puder motivar alguém a mudar para uma vida melhor, todo o esforço terá sido recompensado”, finaliza.

Jornal Folha do Sul

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