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Operação investiga falsificação de notas de dinheiro em Bagé

A Polícia Federal deflagrou, na manhã de ontem, a Operação Falso, que busca apurar a distribuição de notas de dinheiro falsas na região da Campanha e na zona sul do Rio Grande do Sul.

Em Bagé, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nos bairros Habitar Brasil (3), Passo das Pedras (1) e Bairro Bonito (1).

De acordo com informações da PF, a quadrilha investigada, possivelmente, tem conexões em todo país. “Não foi encontrada, nestas diligências, nenhuma cédula falsificada e ninguém foi preso, apenas um dos suspeitos teve a confecção de um termo circunstanciado por posse de maconha”, explicou o agente responsável pela investigação.
Desde 2013, a Polícia Federal vem investigando a ação da quadrilha responsável por repasses de cédulas de R$ 50 e R$ 100, de boa qualidade de falsificação – conforme exposto – em estabelecimentos comerciais de Bagé e Pinheiro Machado. A abrangência das ações do grupo também envolveria os municípios de Sant’Ana do Livramento, Camaquã, Pelotas e Rio Grande, entre outros.

Conforme os policiais federais, os criminosos se fazem passar por consumidores e, geralmente, compram produtos de pequeno valor, pagando com notas altas para que recebam troco em dinheiro válido. Alguns deles já foram reconhecidos por comerciantes como autores dos crimes praticados, disse a PF. Um dos investigados, um jovem de 23 anos, foi preso em flagrante, em setembro de 2015, de posse de três notas falsas de R$ 100. Ele está respondendo à acusação em liberdade.

Outra suspeita é uma mulher. Ela participaria de golpes perpetrados contra pessoas idosas, situação em que, se passando por funcionária de instituições bancárias, conseguia trocar cédulas válidas pelas falsas que carregava ao enganar suas vítimas. Acima do grupo, responsável pelos repasses e pelos golpes, foram identificados dois irmãos, gêmeos, vistos pela Polícia Federal como líderes da quadrilha.

Apuração
A investigação apontou, no ano passado, que poderá haver, em Bagé, uma central de produção de cédulas. Até o momento, já chegou ao conhecimento da polícia que cerca de R$ 2 mil estiveram ou estão em circulação, devido a relatos de vítimas que já viram tais notas.

Também não se descarta a hipótese de que o dinheiro falsificado venha de outros países da fronteira, como Paraguai e Uruguai. Os envolvidos usariam essas cédulas em bares, casas noturnas e restaurantes.

A PF salienta que não é crime entregar as notas, caso as tenha recebido e sido enganado. Também foi salientado que os falsificadores e os que fazem a moeda circular podem estar em conexões criminosas de outros tipos, como tráfico de drogas.

Os responsáveis pela investigação comunicam que seguem as averiguações sobre essas ocorrências. Em caso de denúncia, é garantido o anonimato. Informações que possam colaborar com as investigações podem ser repassadas pelo telefone (53) 3240 9098 ou para o endereço eletrônico [email protected].

O crime de repasse de moeda falsa está previsto no artigo 289, do Código Penal, determinando penas que variam entre três e 12 anos de reclusão. Já o crime de formação de quadrilha, artigo 288 do Código Penal, pode resultar de um a três anos de prisão.

Retratos falados
A Polícia Federal também divulgou, já no início da noite de ontem, dois retratos falados de duas mulheres que estariam atuando na distribuição de dinheiro falso em Bagé. Segundo os agentes federais, elas aplicariam golpes geralmente em idosos, pedindo para trocar o dinheiro. Algumas vítimas descreveram para os policiais como eram as duas mulheres, que iam até suas casas, diziam fazer parte de instituições bancárias e então pediam para trocar o dinheiro. Uma idosa, por exemplo, disse entregou R$900 para uma delas e recebeu o dinheiro de volta em notas de R$ 50, todas falsas.

Dicas para identificar elementos de segurança
1. Veja a marca-d’água. Segure a cédula contra a luz, olhando pela frente da nota (lado que contém a efígie), e observe na área clara as figuras que representam os animais, em tons que variam do claro ao escuro.
Observe que a imagem que aparece na marca-d’água é diferente para cada cédula: R$ 2 figura da tartaruga marinha e número 2, R$5 figura da garça e número 5, R$10 figura da arara e número 10. R$20 figura do mico-leão dourado e número 20, R$ 50 figura da onça-pintada e número 50, R$100 figura da garoupa e número 100.

2. Descubra o número escondido. Com a frente da nota na altura dos olhos, na posição horizontal, em um local com bastante luz, você vê aparecer o número indicativo do valor dentro do retângulo no lado direito da nota.

3. Descubra a faixa holográfica (somente nas notas de 50 e 100 reais). Ao movimentar a nota, você vê, nessa faixa, à esquerda da frente da cédula, os seguintes efeitos: na nota de R$ 50 reais da Segunda Família, o número 50 e a palavra “reais” se alternam, a figura da onça fica colorida, e, na folha, aparecem diversas cores em movimento. Na nota de R$ 100 da Segunda Família, o número 100 e a palavra “reais” se alternam, a figura da garoupa fica colorida, e no coral aparecem diversas cores em movimento.

4. Descubra o número que muda de cor (somente nas notas de 10 e 20 reais). Movimente a nota e descubra que o número indicado muda do azul para o verde. Uma faixa brilhante parece rolar pelo número.

5. Sinta o alto-relevo. Pelo tato, você sente o relevo em algumas áreas da nota da Segunda Família. Na frente: na legenda “República Federativa do Brasil”; no numeral do canto inferior esquerdo; no numeral do canto superior direito (exceto nas notas de 10 e 20 reais); nas extremidades laterais da nota, no verso (somente nas notas de 20, 50 e 100 reais): na legenda “Banco Central do Brasil”; na figura do animal; no numeral.

6. Sempre que possível, compare a cédula suspeita com outra que tenha certeza de ser verdadeira.

Jornal Folha do Sul

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