Município recebe visita do coordenador estadual do Maio Amarelo
Fábio Mello concedeu entrevista, quando falou sobre o movimento e a importância da conscientização

O coordenador estadual do Maio Amarelo, Fábio Mello, esteve em Dom Pedrito nesta segunda-feira (14), onde participou de algumas atividades, entre as quais, a Tribuna Popular, na Câmara de Vereadores. Mello é policial militar, professor e vistoriador veicular. Ele concedeu entrevista e falou sobre a representatividade do Maio Amarelo na Capital da Paz, infraestrutura urbana e conscientização. Tópicos semelhantes foram falados na Tribuna.
Maio Amarelo no Rio Grande do Sul, como ele tem desenvolvido suas atividades? Observamos um movimento expressivo em Dom Pedrito, capitaneado pelo Alex Moreira (coordenador das atividades na Capital da Paz).
Dom Pedrito é referência. Isso eu falo em todas as cidades que visito, pelo excelente trabalho que eles estão fazendo, através do CFC Fênix e sociedade civil. No Estado, nós estamos com o movimento para chamar atenção da sociedade para o alto índice de mortos e feridos no trânsito, não só em nosso Estado, mas a nível mundial. É uma ação coordenada entre o poder público e a sociedade civil, com a intenção de colocar em pauta o assunto trânsito, segurança viária, mobilizar toda sociedade, envolvendo os mais diversos seguimentos para que exista uma reflexão, para que levem a causa trânsito a sério. O trânsito atualmente mata milhares de pessoas, além de matar ele deixa sequelas: mais de 280 mil pessoas, ano passado, ficaram com sequelas irreversíveis graças a acidentes de trânsito, que não chamamos de acidente, pois tudo poderia ter sido evitado. O tema do Maio Amarelo este ano é “Nós somos o trânsito”, todos nós fizemos parte dele, seja como pedestre, ciclista, passageiro, motociclista ou condutor. Nós temos que ter aquele cuidado: um cuidado a mais, um acidente a menos.
Não acha que no planejamento das cidades, o conceito do pedestre fazer parte do trânsito, ou mesmo do ciclista, fica de lado?
Ele é deixado de lado. Vários estados e municípios, o pedestre e o ciclista são deixados de lado, só é focado no condutor. Precisa existir um trabalho de educação, de conscientização, principalmente o pedestre e o ciclista não tem habilitação, então eles não passaram por um centro de formação e não possuem noções de regras de boa conduta no trânsito, então precisa ser feito um trabalho de orientação para pessoas que não possuam carteira de habilitação, para que eles possam ter um cuidado no trânsito e não ser vítimas dele.
Por vezes, mortes no trânsito não causam tanta comoção quanto mortes ocorridas em crimes como homicídio.
Não impacta tanto enquanto tu não perder um familiar ou um amigo. As pessoas só vão pensar no trânsito quando perdem alguém. No Brasil, em média, cerca de 100 pessoas morrem todos os dias (em acidentes de trânsito). Temos uma queda de avião, por dia, só no trânsito. A sociedade não para pra pensar, as mídias não informam isso. Tivemos ontem (domingo, dia 13), um jogo em que um goleiro (do Atlético-PR), antes do jogo, pegou o telefone celular na goleira. A imprensa do mundo todo falou no assunto. Ele fez aquilo propositalmente, para chamar atenção da sociedade graças ao Maio Amarelo. Ele só pegou o telefone ali, não havia risco de morte enquanto as pessoas pegam o telefone todos os dias, dirigindo. Ninguém fala nada. No trânsito, as pessoas não se conscientizam e a imprensa não dá o devido valor a essa causa, só deu porque era um goleiro que pegou o celular.
Nos quatro anos de Maio Amarelo no Rio Grande do Sul, se pode notar uma diferença na conscientização, ao menos nas cidades que realizam o movimento efetivamente?
Precisa ter uma continuidade, as pessoas não podem pensar no assunto apenas em maio ou em setembro, quando tem a Semana Nacional do Trânsito. Deve ser um trabalho contínuo, que Dom Pedrito tem, junto com outros municípios aqui do Rio Grande do Sul, mas precisa ter essa continuidade.