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Manifestação na unidade local da Cotrijui debate futuro da cooperativa

Uma manifestação no centro administrativo da unidade local da Cotrijui na manhã desta terça-feira (6), reuniu produtores rurais associados, funcionários, entidades de classe e poder público, onde foi mostrada a atual situação da Cooperativa, atualmente sob intervenção da Justiça. Na semana passada, conforme decisão da Justiça, a direção liquidante foi afastada e um administrador judicial foi nomeado.

O produtor rural Ricardinho Pilecco foi o primeiro a se manifestar, enfatizando que já é sabido que o arroz armazenado na unidade local foi beneficiado sem conhecimento dos produtores. “Não foi nenhum credor que fez isso, foi a própria Cotrijui, esta direção que foi afastada”. A dívida da Cooperativa apenas com produtores de Dom Pedrito soma R$ 15 milhões. “Isso é lamentável, pois é um recurso que deixa de circular dentro do município”.

O prefeito Mário Augusto de Freire Gonçalves, durante pronunciamento, reconheceu que as severas dificuldades da Cooperativa constituem um problema social. “Muitas famílias de produtores e empregados. É o problema do desemprego, pois sabemos que a Cooperativa já foi a maior empregadora da cidade, mais do que isso, uma instabilidade sobre o futuro da cidade”, disse Gonçalves.

Representando o Legislativo, o vereador Renato Chiaradia (PP), que já trabalhou na Cooperativa, pontua que o município precisa da estrutura da unidade funcionando. “Preocupa quando a coisa cai na questão judicial”, observa. Chiaradia também salienta que há uma cadeia negativa de acontecimentos, como o desemprego ocasionado e a perda de arrecadação pelo município.

Éver Lima da Rosa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação, demonstra preocupação com os atrasos salariais, como vencimentos mensais, FGTS, férias, entre outros. “A única esperança que temos é se os produtores assumirem junto ao representante da Justiça, para que esta empresa possa funcionar novamente”, salientou Éver.

Para o presidente da Associação dos Agricultores de Dom Pedrito (AADP), Cristiano Cabrera, o panorama atual é delicado, principalmente na parte social, para uma Cooperativa que já empregou 1.500 funcionários. “Além dos problemas sociais, existe a questão do produto, que não temos onde colocar”. Cristiano também lamentou a crise que passa a lavoura arrozeira.

O advogado Luiz Bulcão detalhou aos presentes a situação enfrentada atualmente pela Cooperativa. “O reflexo da Cotrijui é o reflexo do Brasil”, referiu Bulcão, comparando a situação da Cotrijui aos problemas judiciais enfrentados por políticos brasileiros.

Na segunda-feira (5), durante reunião em Porto Alegre com representantes de associados, representantes dos credores – também, a empresa Chinatex, principal credora -, Fetag, além do prefeito Mário Augusto, os prefeitos de Santo Augusto, São Valério do Sul e Chiapetta, ficou clara as dificuldades da Cooperativa.

De acordo com informações da Rádio Progresso, de Ijuí, a advogada Tânia Arbo, representante do grupo independente de associados, integrou das discussões e disse que o cenário é bastante desanimador. Ela ressalta que para ter a continuidade dos negócios, como quer a Justiça, a Cotrijui precisa contar, na administração, com representantes dos associados. Por isso, o Conselho Fiscal da Cooperativa, que ainda existe, deve chamar uma assembleia para legitimar essa representação e, após, apresentar ao Judiciário de Ijuí.

 

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