Major Kleiton Renan assume o comando do 6º Regimento de Polícia Montada em Bagé
Passagem de comando aconteceu na segunda-feira (10) na sede do regimento

O major Kleiton Renan Rodrigues Sedrez é o novo comandante do 6º Regimento de Polícia Montada (6º RPMon), com sede em Bagé. A passagem de comando aconteceu na segunda-feira, às 17h, na sede do regimento.
Major Renan destaca que sua relação com Bagé é de muitos anos.
“Na década de 80 conheci a minha esposa e comecei a visitar a cidade. Mas a relação da minha família é bem anterior”, explica, relatando que seus bisavós vieram de Portugal, em 1904, e se estabeleceram em Bagé. Ele conta que seu bisavô tinha um mercado de secos e molhados, onde hoje é o Hotel Cassino.
“Minha avó e minha mãe nasceram aqui na cidade, depois foram para Pelotas. Meu avô era funcionário da rede ferroviária, que era estadual e depois foi federalizada. Ele trabalhou na estação ali onde é o Centro Administrativo. Minha avó, inclusive, casou aqui e a celebração feita pelo então juiz de paz, Pedro Wayne, em 1935”, completa.
“Inclui na Brigada Militar em janeiro de 1992 e casei em julho do mesmo ano. Em 1993, entrei para a Academia de Polícia e fomos morar em Porto Alegre, período em que fui aluno oficial; voltamos para Pelotas em 1996. Aí fiz minha carreira”, diz o major, relembrando algumas cidades onde trabalhou como tenente (Canguçu, São José do Norte, Pedro Osório e Jaguarão).
Como capitão, comandei por seis anos o destacamento de Canguçu. Tive a oportunidade de servir em Arroio Grande, na área ambiental; foi uma boa experiência, conheci a vasta área ambiental que o Estado possui. Desde a fiscalização da produção do palmito, no norte do Estado, do pescado na laguna ao berçário de camarões em Rio Grande.
Quando fui promovido a major, minha esposa já trabalhava e morava em Bagé com nossos filhos. Fui ao comando da Brigada e pedi para vir para a região da Fronteira. Então, fui para Alegrete e depois para Santana do Livramento, onde exerci a função de subcomandante. Após, fui para o Comando Regional da Fronteira Oeste”, explica.
Em 2018, major Renan foi para Salvador, na Bahia, fazer o curso de Gestão de Políticas Públicas na área de Segurança. Ao retornar, foi convidado para o setor de informática, em Porto Alegre, onde ficou até assumir o regimento em Bagé.
Perto da família
Os ancestrais do major Renan tiveram fortes laços com Bagé e ele acabou conhecendo a esposa que é bageense. Assumir o comando do 6º RPMon permite que o major saia um pouco das rodovias. Segundo ele, há 14 anos, estava vindo a Bagé todos os finais de semana. “Agora, tenho a oportunidade de conviver com a minha família diariamente”, comenta.
Redução dos índices de violência
“A violência é algo que está intrínseco ao ser humano. É uma realidade que precisamos reconhecer. Como sociedade, precisamos enxergar isso. Onde existe o ser humano, existe possibilidade que a violência apareça.
Precisamos lidar com isso. Violência doméstica, por exemplo, os integrantes da família precisam aprender a lidar com ela. Que momento no relacionamento conjugal, se tem a capacidade de resolver os problemas e não colocá-los no meio da relação. Combatendo a violência dentro da família, nós vamos evitar outros tipos de violência.
O ser humano enquanto indivíduo, antes de pensar na violência do outro contra ele, tem que pensar nele como autor/praticante”, opina.
O major defende que o discurso tem que ser para diminuir a demanda da violência e não para atendê-la. “Não podemos criar um pronto-atendimento para a violência, para atender com eficiência o fato, temos que ser a vacina. No meu entendimento, essa é a polícia preventiva”, salienta.
Proerd
Não existe prevenção sem o envolvimento da sociedade. Quando questionado sobre a importância do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) o major relatou:
“Estou convencido que se a Brigada Militar tem a responsabilidade constitucional de ser a polícia ostensiva preventiva fardada, nenhum órgão da brigada executa isso com mais qualidade e eficiência do que o Proerd. A instituição está desenvolvendo um sistema, que irá se chamar o SisProerd, onde teremos uma melhor gestão desse serviço. Isso nos permitirá ter respostas”, diz o major, destacando também a importância do “Proerd Pais”, destinado aos pais. Isso por que, muitas vezes, eles não sabem como lidar com certas situações. É para ajudar aqueles que precisam de orientação.
Canil da BM
Quem acompanha esta editoria conhece bem a Luna, o Argos e o Airon – esses são nomes dos cães que fazem parte do canil do 6º Regimento de Polícia Montada (6ºRPMon), onde também tinha o Athos, que morreu no final de janeiro, devido um tumor na bexiga.
O canil começou as atividades em Bagé no dia 6 de junho de 2010. Os veteranos Athos e Luna já acompanharam os policiais militares em diversas operações e ações de combate ao tráfico de drogas. Por ser de relevante importância para o combate ao crime, a reportagem do jornal Folha do Sul perguntou ao major Renan sobre a importância dos cães no auxílio aos policiais.
“Faço uma comparação: Quando um médico cirurgião entra para a sala de cirurgia, ele tem instrumentos específicos para cada tipo de cirurgia. A Brigada Militar faz operações policiais e deve alcançar para os executores da ação os instrumentos necessários para cada tipo de operação.
Todo o ferramental é necessário, nível de armamento, de treinamento, (…). Todos os instrumentos que sejam para melhorar e tornar mais eficiente e eficaz a prestação de serviço policial. Isso inclui o canil, pois os cães são bem treinados, além do uso de drones, entre outros”, comenta.
Reprodução: Folha do Sul
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