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MAIO VERMELHO – Mês de combate ao Câncer de Boca

O câncer no Brasil é um problema de saúde pública, e segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer) é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. O câncer de boca é umas dessas doenças, e inclui os lábios, língua e mucosas da cavidade oral, podendo afetar ossos, músculos, glândulas salivares e outros tecidos dessa região. É o quinto tumor mais frequente em homens e o sétimo em mulheres. No Brasil estimam-se mais de 15 mil casos de câncer de boca para o ano de 2022, e desses, quase sete mil pacientes irão a óbito (Dados do INCA).

O principal fator de risco é o fumo, cerca de 90% das pessoas acometidas de câncer de boca são fumantes. Todas as variedades de produtos derivados do tabaco, seja, fumado ou inalado, aspirado, mascado, podem causar câncer em qualquer parte da boca ou garganta, laringe, esôfago, pulmões, rins, bexiga, além de outros órgãos. O fumo passivo também é um risco, devemos evitar ambientes fechados ou com pouca circulação de ar, onde houver pessoas fumando. O tabagismo é responsável por 63% dos óbitos relacionados a doenças crônicas.  

A radiação solar é um fator importante e relacionado ao Câncer de Lábio, é mais prevalente em pessoas que trabalham expostas ao sol, como agricultores.  Homens com mais de 40 anos representam a maior parte dos casos, entretanto, observa-se o aumento de casos entre as mulheres, muito em função das mudanças de hábitos de vida.  

O consumo de álcool isoladamente não é um fator iniciador do câncer de boca, porém, em excesso associado ao fumo aumenta o risco de câncer bucal.  Traumas crônicos como próteses mal adaptadas e dentes quebrados causam ferimentos nas mucosas e podem favorecer a ação de agentes carcinogênicos, como o fumo e HPV.

O HPV (Papiloma Vírus Humano) adquirido em relação sexual oral sem proteção ou pelo beijo é um fator comprovado de risco ao câncer de boca, é importante salientar que existem mais de 120 subtipos de HPV, e apenas alguns desses são relacionados ao câncer de boca. O excesso de gordura corporal e exposição a diversas substâncias como: fuligem de carvão, amianto, poeira de cimento, poeira de madeira, solventes orgânicos e agrotóxicos, também são fatores de risco.

O principal sintoma é o aparecimento de uma úlcera em qualquer área dos lábios ou parte interna da boca, as ulcerações que representam tumores de boca são assintomáticas, é importante informar que qualquer lesão que não cicatrize em 15 dias deve realizada biópsia. Outros sintomas que podem ser encontrados são: Manchas brancas, avermelhadas ou enegrecidas nas mucosas da boca, inchaço nos maxilares, dentes que ficam frouxos repentinamente, mau hálito persistente, áreas adormecidas, emagrecimento repentino, nódulos no pescoço, dificuldade de falar, mastigar ou engolir.

Devemos ter uma boa higiene oral e afastar os fatores de risco, como fumo e álcool. Evitar exposição ao sol em horários que ele é mais forte e sempre com a proteção de chapéu, filtro solar e protetor labial. Ter uma alimentação saudável e uma vida sexual segura, consultar seu cirurgião dentista ou o Estomatologista ao menos uma vez ao ano, e realizar o autoexame de boca. A cavidade bucal por sua localização e fácil acesso favorece que a própria pessoa se examine. Recomenda-se que pelo menos a cada dois meses a pessoa faça o autoexame, em frente a um espelho, em um ambiente com boa iluminação, faça a palpação das mucosas e dos dentes, observe a coloração, aumento de volumes, a presença de feridas, áreas adormecidas. Se usar próteses removíveis, devem ser removidas para facilitar o exame.

O diagnóstico do câncer de forma geral inicia com um exame clínico minucioso, em casos suspeitos a biópsia é fundamental, irá mostra o tipo de tecido presente e o grau de diferenciação celular, o que demonstra a agressividade do tumor. Exames complementares de imagens são necessários, como tomografia, ressonância magnética, cintilografia, para delimitação do tumor localmente e pesquisar a presença de metástases (quando o tumor se espalha).

O cirurgião dentista ou o especialista em Estomatologia é o profissional mais familiarizado com as alterações que ocorrem na cavidade bucal e assim podem diagnosticar lesões incipientes com mais facilidade. O papel da Odontologia no combate ao Câncer de boca é fundamental em todas as etapas do processo, desde o diagnóstico, preparo do paciente antes da quimioterapia e radiotarapia e acompanhamento pós-tratamento. A mucosite (ulceração dos tecidos da boca), infecções por cândida (candidiase), infecções bacterianas, virais, são alterações comuns durante a quimioterapia. A osteonecrose dos maxilares, cáries por radiação, são comuns quando se faz radioterapia da região de cabeça e pescoço. O Cirurgião – Dentista deve atuar em conjunto com o serviço de Oncologia para atuar na prevenção e tratamentos das intercorrências.

O câncer de boca diagnosticado em fases iniciais apresenta 85% de chances de cura e em caso positivo o paciente é encaminhado ao serviço especializado em oncologia para tratamento. Em fases iniciais a cirurgia é a melhor escolha de tratamento, entretanto, em fases mais avançadas pode-se optar por realizar quimioterapia anterior a cirurgia e uma complementação com radioterapia.

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