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Justiça Militar absolve de crime de ocultação de cadáver policiais envolvidos no Caso Gabriel

Um dos réus responderá pelo crime de falsidade ideológica; Outro processo deverá definir se os policiais serão expulsos ou não da Brigada Militar

A Justiça Militar condenou, na madrugada desta sexta-feira (21), o soldado Cléber Renato Ramos de Lima a um ano de reclusão por falsidade ideológica no caso que trata sobre o assassinato de Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, em São Gabriel, na Fronteira Oeste do estado. Já o soldado Raul Veras Pedroso e o segundo-sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen, também julgados, foram absolvidos em relação à acusação de falsidade ideológica.

O trio respondia ainda, na esfera militar, por ocultação de cadáver. A Justiça Militar decidiu pela absolvição dos policiais neste caso. A família de Gabriel deixou o Tribunal de Justiça Militar (TJMRS), em Porto Alegre, onde ocorreu o julgamento, assim que o terceiro membro do conselho deu o voto. Ao todo, cinco votaram.

O promotor de Justiça Luiz Eduardo de Oliveira Azevedo, representante do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), se diz “um pouco surpreso” com a sentença e adianta que entrará com recurso. A defesa de dois dos policiais absolvidos se disse satisfeita com o resultado. “Foi feita justiça. A defesa fica satisfeita com o resultado, mas, ao mesmo tempo, triste porque o real assassino desse menino Gabriel está solto. Não são esses homens que cometeram o homicídio” disse o advogado Jean Severo.

Os policiais ainda serão julgados na Justiça comum, onde o caso está em fase de instrução. Um processo em separado deverá ainda definir pela exclusão ou não dos policiais da Brigada Militar. As informações foram divulgadas pelo portal gabrielense Caderno7.

Natural da cidade de Guaíba, Gabriel Marques Cavalheiro desapareceu em 12 de agosto de 2022, após uma abordagem da Brigada Militar. Ele estaria na cidade de São Gabriel, onde tinha alguns familiares, para servir ao Exército.

Segundo informações do portal G1, o jovem foi abordado por três policiais militares na Avenida 7 de Setembro. Uma vizinha da casa em que ele estava hospedado, que pertence a um tio, chamou a polícia porque, segundo ela, o jovem estaria forçando o portão que dá para o pátio em frente ao imóvel.

Os brigadianos que foram ao local teriam agredido Gabriel, que foi imobilizado e levado para dentro de uma viatura militar. Testemunhas filmaram parte da ação dos policiais, e disseram que ele foi atingido por “pelo menos dois ou três golpes de cassete”. Possivelmente esta foi a última vez em que o jovem foi visto com vida.

Após uma série de buscas e investigações, o corpo de Gabriel foi encontrado no dia 19 daquele mês, em um açude no interior do município, em uma localidade conhecida como Lava-pé.

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