Julgamento do Caso Lucas – Promotor de Justiça se dirige aos jurados
Neste momento, o MP tenta convencer os jurados da culpabilidade dos réus

ÀS 11h30min, Leonardo Giron começou a leitura do laudo da necropsia, dando os detalhes sobre a causa da morte (por hemorragia e traumatismo crânio encefálico). Assim ele quis demonstrar a existência do fato. Depois, apresentou aos jurados um vídeo com o depoimento do policial militar Marco Aurélio Felix sobre o dia do acidente, onde ele fala ter verificado que Alex estaria embriagado, no que Alex sustenta ter feito uso de um enxaguante bucal, para justificar o hálito etílico. No mesmo vídeo, o militar falou que já conhecia Alex por causa de diversas infrações de trânsito. Dr. Leonardo continuou apresentando registros de depoimentos colhidos à época, sempre na tentativa de convencer os jurados sobre o envolvimento dos réus na morte de Lucas Correa Perez. Outros depoimentos de policiais disseram que Alex estava exalando cheiro de bebida alcoólica no dia do acidente e que ele se negou a ser submetido ao teste do etilômetro (bafômetro). E que momentos antes do acidente, Alex estava em uma festa. Dr. Leonardo mostrou uma autuação de trânsito da época, por causa de embriaguez. Relembrou o fato de Alex estar correndo na Rua General Neto dias antes do fato. Mostrou um histórico de infrações de trânsito de Alex (embriaguez; violação da suspensão do direito de dirigir; disputar corrida na BR 293; manobra perigosa, derrapagem, frenagem, em Santana do Livramento…)
Sobre Airton Willian, descreveu o momento em que a polícia começou a procurar por indícios da participação de outro veículo e depois de buscas no local do acidente, encontraram um retrovisor de um automóvel GM Corsa (carro de Airton Willian). No entendimento da polícia, a única marca na camionete de Alex era no retrovisor esquerdo, o que não poderia arremessar o corpo de Lucas à 20m de distância. Falou do relato de uma testemunha que disse ter visto os dois veículos em alta velocidade e que viu quando Alex ultrapassou Airton e bateu em Lucas. Que depois de uma informação anônima foi possível encontrar Airton e seu carro. O Promotor de Justiça tentou demonstrar o excesso de velocidade dos dois automóveis.
Sobre a prova pericial, não foi possível emitir um laudo propriamente dito, visto que o Corsa de Airton Willian ter sido recolhido dias após o fato, no entanto, a perícia informou que é comum serem retirados componentes não essenciais dos veículos para aumentar a sua velocidade. Sobre a camionete de Alex, descreveu as avarias encontradas do lado esquerdo, compatíveis com o impacto na vítima.
Apresentou relato de outra testemunha que disse ter visto os dois veículos fazendo “racha” descendo e depois subindo a Rua Julio de Castilhos em alta velocidade e que viu quando Lucas passou de bicicleta ouvindo música e cantando. Na tese do MP, tanto Alex quanto Airton Willian assumiram o risco de matar pelo fato de disputar corrida no perímetro urbano.
A advogada Valéria Brinhol, na condição de assistente de acusação, também sustentou a tese de culpa dos dois acusados, confirmando os dados sustentados pelo Ministério Público e trazendo outras informações que considerou relevantes no caso em questão.