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Instituto Anglicano Mélanie Granier anuncia encerramento das atividades em Bagé

Desde a noite de quarta-feira, pais, alunos, professores e funcionários comentavam sobre o fechamento do Instituto Anglicano Mélanie Granier (Iamg), que teria sido anunciado na internet, em uma rede social. Já na manhã de ontem, em uma reunião realizada entre os colaboradores e o diretor geral da instituição, Claudecir Bleil, foi confirmado o que antes ainda era tratado como boato: a escola está, efetivamente, fechando as portas. Segundo Bleil, a instituição era mantida pela Igreja Anglicana, assim como uma outra escola de Erechim. Entretanto, o déficit mensal do Mélanie vinha crescendo. “É inviável, economicamente, manter a escola funcionando com o número atual de alunos matriculados”, justifica. Durante a reunião, o diretor geral deixou claro que a decisão não veio da escola de Erechim, mas sim da própria mantenedora, a igreja, que não consegue mais arcar com as despesas da instituição. As informações são do Jornal Folha do Sul.

O encontro, quando foi feito o anúncio de fechamento da instituição de ensino, ocorreu no pátio da escola, com clima tenso, pois muitos funcionários foram surpreendidos com a decisão. Entre professores e servidores, a escola contava com cerca de 45 colaboradores.

O professor de História, Maurício Ritta, afirma que todos foram desrespeitados pela forma como ficaram sabendo da notícia. “Fomos informados oficialmente do que estava acontecendo na quinta pela manhã, depois de pais e alunos terem repassado essa informação na internet. É uma falta de respeito, foi errado”, reclama. Ritta conta que, em uma reunião no final do ano passado, foi exposto a todos que a escola passava por uma crise. Porém, ninguém mencionou a possibilidade de fechamento. “As aulas começam semana que vem. Se tivessem tido o caráter de nos orientar a procurar uma nova instituição durante as férias, a situação seria diferente. Agora, os quadros de professores estão fechados e quase 30 colegas meus têm o Mélanie como única fonte de renda. Faltou sensibilidade”, ressalta.

Em defesa da escola, Bleil conta que não havia como avisar os funcionários com antecedência, pois a decisão ainda não havia sido tomada. “Não tínhamos como comunicar, em dezembro, algo que não sabíamos que iria acontecer. Porém, vínhamos esclarecendo que a situação financeira da escola já estava difícil”, diz.

Transferência 
Conforme Bleil, um convênio foi fechado com o Colégio Auxiliadora para facilitar a transferência dos cerca de 150 alunos matriculados no Mélanie Granier. Uma reunião marcada para as 19h de ontem previa a apresentação da escola aos pais e acerto de detalhes das transferências. “Queremos minimizar ao máximo o impacto que os pais e alunos terão com a mudança de escola”, pondera. O diretor geral ressalta que a matrícula na escola indicada não é obrigatória, apenas uma opção para facilitar e tentar minimizar os danos causados com o fechamento.

Ainda conforme o Folha do Sul, para muitos pais, o sentimento de tristeza com o encerramento de atividades do instituto vai além da preocupação com o conforto dos filhos. A mãe da estudante Lisiane Leão, Vera Marisa Costa dos Santos, conta que a filha estuda na escola desde os 4 anos. “É muito triste. Uma escola tão entusiasmada em crescer, com uma metodologia de aprendizagem maravilhosa. Fiquei muito chateada quando minha filha comentou que estava circulando a história pela internet”, declara. Segundo relatos de família, a mãe e a tia de Vera foram educadas pela própria professora Mélanie. “Aqui era a segunda casa da minha filha, o porto seguro dela”, acrescenta.

Mais de 100 anos de história
O Instituto Anglicano Mélanie Granier foi fundado em 8 de outubro de 1911 pela professora Mélanie Granier. Na época, a escola levava o nome de Colégio Perseverança, em homenagem a seu primeiro professor, que tinha uma instituição com esse nome.

Primeiramente, o colégio localizava-se na avenida Sete de Setembro, em frente ao Instituto Municipal de Belas Artes (Imba). Em 1946, o curso ginasial foi oficializado pelo governo federal e a entidade passou a se chamar Ginásio Perseverança, com endereço na rua Barão do Triunfo. Devido ao crescimento do número de alunos, nos anos seguintes, a escola passou para a rua Flores da Cunha. Mélanie dirigiu a escola por 47 anos, até sua morte, em setembro de 1958. No ano seguinte, a denominação foi alterada para Ginásio Professora Mélanie Granier, em homenagem a sua fundadora e primeira diretora.

Folha do Sul

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