Inscrições para 23ª Descida do Camaquã encerram na quarta-feira

Com perspectiva de 100 vagas, sem contar os profissionais que trabalharão no acampamento, a 23ª Descida do Camaquã está em fase final dos preparativos. Conforme o organizador, Diogo Madruga, até o momento, 72 participantes confirmaram presença no evento, que vai ocorrer entre os dias 19 e 21, no Rincão do Inferno, na sede da Cabanha Macanudo, interior de Lavras do Sul. Ontem, o exército comunicou que vai prestar apoio, mais uma vez. Por meio do 3º Batalhão Logístico (3º Blog), os militares ficarão encarregados de disponibilizar ao grupo gerador, banheiros e barracas. Também há formalizada uma parceria com a prefeitura de Lavras do Sul, que irá fornecer água potável aos integrantes do acampamento. As inscrições podem ser feitas na rua Caetano Gonçalves, 1 041, sala 1. As informações são do Jornal Folha do Sul.
Segundo Madruga, um grupo deve partir rumo ao local do evento ainda uma semana antes, a fim de alinhavar os últimos preparativos. No dia 19, a organização receberá os participantes do acampamento. No dia seguinte acontece a tradicional descida que, neste ano, terá um percurso de 16 quilômetros. No início da manhã, as tripulações serão levadas até o Passo do Tigre, onde partem rumo ao acampamento, sobre a água do rio Camaquã. A programação encerra em 21 de janeiro, com a tradicional Olimpíada, com atividades e provas campeiras. Vale destacar que a inscrição é restrita a “veteranos” e convidados. “Fizemos esse trajeto em novembro. Dessa vez, o percurso será curto em função de um trecho perigoso”, salienta.
Essa será a terceira vez que a Descida do Camaquã acontecerá no Rincão do Inferno.
Contudo, na Cabanha Macanudo é a primeira. Para este ano, Madruga afirma que a organização tomou uma medida relacionada à alimentação. Com o dinheiro arrecadado das inscrições, o grupo estabeleceu parceria com uma padaria de Lavras do Sul, para o fornecimento diário de pão. “Nos outros anos, os participantes tinham que levar de casa. O problema era que o pão ficava velho. Agora, fechamos com uma padaria para todos dias levarem pão feito na hora”, relata.
Debate sobre a mineração
De modo informal, os participantes da descida irão debater sobre que tipo de providências poderão ser tomadas para impedir a mineração próxima ao rio Camaquã, tema que é alvo de polêmicas desde 2016. “Já enviamos para a Fepam (Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente) um relatório, feito por técnicos, que comprova os impactos que serão causados por essa exploração. Há 23 anos, desenvolvemos um trabalho em prol da preservação. Agora, o governo quer, em 20 anos, que uma firma degrade, por meio da concessão, com tudo que lutamos”, observa.
Ainda sobre o assunto, Madruga teceu críticas às prefeituras favoráveis ao projeto. “O zinco e o chumbo prejudicam a água, o ar e o solo. As prefeituras que apoiaram alegam que há a possibilidade de 450 novos empregos, que é o discurso da empresa. Entretanto, a medida vai afetar 4,5 mil produtores. Com o solo afetado, quem é que vai comprar carne dos produtores da região? Se a Fepam autorizar, temos como entrar na Justiça e alegar os prejuízos”, conclui.
Jornal Folha do Sul