Informativo Conjuntural mostra panorama do setor agropecuário no município
Documento é produzido pelo escritório municipal da Emater

O Informativo Conjuntural, produzido pelo escritório municipal da Emater – período 2 a 9 de abril – informa que apenas 2 milímetros de precipitação, neste período, foram registrados na zona urbana. O acumulado durante o ano foi de 218,0 milímetros. O documento também reforça que o município entrou em situação de emergência, devido à estiagem, que assola diversas regiões do Rio Grande do Sul. Entretanto, ainda depende da homologação pelo Governo do Estado e da Defesa Civil.
Pecuária
Bovinos de corte: as condições climáticas, desde o final da primavera, estabeleceram condições desfavoráveis à atividade, causando prejuízos ao redor de 35%, se considerar a taxa de prenhez e a comercialização, consequências estas que impactarão futuramente. O manejo das propriedades também teve de ser modificado, pois muitos potreiros ficaram sem água ou com água de péssima qualidade. Apesar de tudo, no geral, o estado corporal do rebanho é bom assim como o estado sanitário. A comercialização do gado gordo continua com pouca agilidade, os frigoríficos argumentam que o consumo está muito fraco. As demais categorias de reposição, a sua comercialização segue o ritmo do gado gordo. Os animais estão em bom estado tanto sanitário e nutricional.
Bovinos de leite: a estiagem prolongada ocasionou uma perda de 20% no volume que vinha sendo produzindo nesta época nos anos anteriores. A exemplo do gado de corte, o estado corporal e sanitário é bom, alguns produtores ainda tem problemas com a liquidez do produto, em função das dificuldades econômicas que a indústria compradora passa no momento. Os produtores enfrentaram dificuldades de implantação das forrageiras de verão devido ao déficit hídrico, isto fez com que o produtor usasse alternativas importadas para a propriedade, por exemplo, ração, aumentando seu custo por litro produzido. Neste momento, se vive o chamado vazio forrageiro, onde as forragens de verão completam o ciclo e as de inverno ainda não dão pastoreio.
Ovinos: apesar de tradicionalmente se dizer que ovelha gosta de seca, existe um limite tolerável. Poderá haver comprometimento reprodutivo em função da prolongada estiagem. Alguns açudes com pouca água ocasionando atolamento e morte dos animais, fazendo com que redobre a atenção por parte dos produtores.
Pastagens: as espécies nativas em consequência das últimas chuvas estão recuperando-se, mas a má qualidade nutritiva em todo este período causou uma perda na pecuária em torno de 35%. Neste período, as pastagens nativas entram na fase reprodutiva, que é extremamente importante para manter o banco de sementes no solo. As forrageiras artificiais de verão tiveram dificuldades de serem implantadas devido à falta de umidade no solo, estão fechando o ciclo e as de inverno ainda não ofertam uma massa significativa, vivemos então o chamado vazio forrageiro.
Apicultura: na primavera, o excesso de chuvas prejudicou as floradas e consequentemente a produção de mel. No verão, a situação se inverteu, e a falta de chuvas também prejudicaram as floradas e a produção de mel foi pequena. Mantida a normalidade climática, não haverá mais tempo para recuperação, pois a partir de agora começará a baixar as temperaturas. Os produtores do município continuam pessimistas em relação à produção. No recente trabalho do diagnóstico de perdas, encaminhado ao Executivo e a defesa civil, o grupo dos apicultores do município apontou uma perda de 55%.
Agricultura
Arroz: por ocasião do período de plantio, após meses chuvosos e com excesso de umidade, diminuiu drasticamente as precipitação e as condições para chuva, faltando umidade para a germinação, os produtores obrigaram-se a banhar as lavouras para nascer. Devido a esta necessidade, um percentual considerável de água foi utilizado, demanda esta que fez falta no final do ciclo, fazendo com que diminuíssem a lâmina de água ou até abandonassem algumas áreas. Outros fatores complicadores que aconteceram durante o ciclo, foram o ataque da lagarta rosca e o controle inicial de invasoras de forma deficiente, devido aos banhos. O arroz sofreu a concorrência em termos de nutrientes, luz, espaço e água. A safra 2017/2018 contabiliza uma perda de 10%, devido às dificuldades no estabelecimento e durante o ciclo as altas taxas de evapotranspiração e algumas lavouras foram atingidas por precipitações de granizo. A colheita neste período intensificou-se, já está colhida uma área de 19.996 hectares, equivalente a 40% da lavoura arrozeira no município.
Soja: a época de semeadura que resulta nas maiores médias de produtividade em nossa região compreende o período de 1 de novembro a 1 de dezembro. Mais de 60% das lavouras foram plantadas nesta época, sendo significativamente afetadas pela falta de chuvas. Os principais danos provocados pela estiagem são relacionados à baixa população de plantas estabelecidas, devido à umidade deficiente para a germinação das sementes, pois se sabe que um dos componentes importante do rendimento é o stand de lavoura, ou seja, o número de plantas por hectare. Com a falta de chuva, as plantas ficaram com o desenvolvimento vegetativo comprometido, redução no número de nós, menor engalhamento e fechamento irregular de entrelinhas, que resulta em maiores perdas de umidade do solo devido à incidência direta da radiação solar. Com o início da fase reprodutiva foram observados sintomas tais como; abortamento de flores, vagens e folhas. Os cerca de 40% das lavouras semeadas após a ocorrência de chuvas em 23 de dezembro, estão com o potencial produtivo reduzido. Neste contexto conclui-se que a estimativa de perdas da lavoura de soja do município de Dom Pedrito fique em torno de 40%. Neste momento estão colhidos 8.800 hectares de um total de 80.000.
Milho: a cultura do milho, juntamente com o sorgo, é sempre a última a ser estabelecida. Estima-se uma área de 1500 hectares já plantados. Sem problemas sanitários. Em função da estiagem e suas consequências, estima-se uma perda de 20%. Ainda não há colheita de milho grão, algumas áreas para silagem estão sendo colhidas.
Sorgo: a exemplo da cultura do milho é a última a ser estabelecida. Estima-se que já estejam implantados 600 hectares. Sem problemas sanitários. Em função da estiagem, estima-se uma perda em torno de 20%. Ainda não iniciou a colheita.
Olericultura: os produtores que estão contratados para fornecer ao PNAE e o PAA, enfrentam dificuldades na produção de olerícolas, suas reservas hídricas estão sem condições de atender suas demandas. Aqueles produtores que trabalham com ambiente protegido tem regularidade na produção, estão comercializando a produção de verão e já estão implantado as cultura de inverno.
Cotações agrícolas – período 2 a 9 de abril
Arroz (saca de 50 kg): R$ 34,00
Soja (saca de 60 kg): R$ 79,00
Milho (saca de 60 kg): R$ 31,00
Sorgo (saca de 60 kg): R$ 22,00
Feijão (saca de 60 kg): R$ 132,35
Trigo (saca de 60 kg): R$ 30,38
Boi gordo (kg vivo): R$ 4,80
Vaca gorda (kg vivo): R$ 3,90
Vaca de invernar (kg vivo): R$ 3,60
Terneiro (kg vivo): R$ 4,95
Cordeiro (Kg vivo): R$ 6,50
Capão (Kg vivo): R$ 5,50
Lã Cruza especial (Kg): R$ 8,50
Leite (litro): R$ 0,92
Mel (Kg): R$ 7,50