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Governo Federal toma decisão polêmica de importar arroz para o país

CNA entrou com ação no STF contra a medida

O Brasil e o mundo ainda acompanham aflitos os impactos e destruição causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Ainda não é possível mensurar o tamanho do prejuízo econômico e social, mas algumas medidas já estão sendo adotadas e nem todas agradam aos principais interessados.

Há algumas semanas, o Governo Federal anunciou a decisão de importar arroz de outros países para evitar, segundo o Poder Executivo brasileiro, um desabastecimento no país, visto que o nosso estado é o principal produtor e fornecedor do grão no restante do país.

Contrariando essa medida e tentando frear a compra vinda de outros países  a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) protocolou uma ação no Superior Tribunal Federal (STF) onde afirma que antes das chuvas iniciarem no estado, 84% da área plantada no RS já havia sido colhida, o que garante a oferta do produto no mercado nacional.

Sobre esse assunto, nossa equipe conversou com os produtores rurais Cristiano Cabrera e Gilberto Raguzzoni. Eles também falaram sobre o tópico no programa SomosAgro no dia 25 de maio, que você pode assistir nesse link: Programa SomosAgro.

Cabrera fala sobre o principal problema que a decisão pode causar: “Esta medida causa insegurança nos produtores, pois o preço que o governo quer vender o produto não cobre o custo de produção aqui no Brasil, desestimulando a produção do cereal e causando desemprego, já que está atividade tem 16 mil produtores no estado e emprega diretamente e indiretamente mais de 100 mil funcionários entre lavouras, lojas de insumos, maquinários e indústrias estabelecidas em todos estado do RS”, explica ele.

Raguzzoni também destaca números comparativos entre as safras deste ano e do ano passado para basear a sua fala “A questão dessa importação de arroz, pelos números que a própria Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) disponibiliza, para ti ter uma noção a safra do ano passado é menor do que a desse ano. Houve um aumento de área. E como os prejuízos da chuva foram mais na região da Depressão Central, o percentual das lavouras era muito alto, já colhido, já quase 90%. Então óbvio que teve impacto para muitos produtores, colegas nossos, inclusive, principalmente da região Central, mas como a área (colhida) era maior que a do ano passado, a produção da colheita de 2024 é maior que a colheita de 2023”.

O produtor rural e ex-vice-prefeito de Dom Pedrito também salienta o que pode arretar para o mercado: “Um prejuízo que eu vejo é o seguinte: se o governo interferir no mercado e de fato conseguir colocar com abundância arroz no mercado, ele pode baixar bastante os preços, de forma que os preços não recompensem o produtor de arroz plantar. O que o produtor de arroz vai ter que fazer? Diminuir a sua área. Se ele diminuir a sua área talvez o arroz, no futuro, volte a subir muito, porque aí vai ter pouco produto sendo ofertado”.

Ao ser questionado sobre outra solução que poderia ter sido adotada pelo Governo Federal, Cabrera é enfático: “Incentivar a produção Brasileira retirando parte dos impostos para baratear o custo de produção, assim teríamos competividade para vender o arroz a preços mais baixos ao consumidor local”, finaliza.

Dom Pedrito possui 33.000 hectares de plantio do grão e finalizou a colheita no mês de maio.

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