Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro tem primeira reunião realizada no Legislativo
O plenário Ataliba Torres da Câmara de Vereadores recebeu, no final da tarde de quinta-feira (6), a primeira reunião da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, iniciativa do vereador Ricardo Schluter (PMDB), que contou com a participação de representantes do movimento Maio Amarelo, Brigada Militar, vereadores e do presidente do Conselho Nacional de Trânsito (Cetran – RS), Luiz Noé Soares.
Na abertura dos trabalhos, o parlamentar deixou claro o propósito da Frente, principalmente, trabalhos na conscientização sobre o trânsito, além de encaminhar algumas demandas. “Esta indicação estava tramitando a duas semanas, aprovada na última Sessão (…), temos, como necessidade, que este assunto continue sendo debatido em nosso município, podemos observar que tivemos vários avanços nesta questão, sentimos como Poder Legislativo”, disse Ricardo.
O espaço permaneceu aberto para que os presentes se manifestassem. O vereador Ademir Veiga (PTB), lembrou que no contexto do trânsito, também estão inclusos os animais. Terezinha Camponogara (PP), abordou a necessidade de discutir o assunto trânsito, também, pensando em pessoas com deficiência, enquanto Rosemeri Martins dos Santos (PP) defendeu a conscientização, para tanto, trabalhar este aspecto na escola.
O articulador do movimento Maio Amarelo, Alex Moreira, trouxe dados sobre o município, como o fato de Dom Pedrito ter cerca de 21.800 veículos e que em nove anos, 39 pessoas morreram no trânsito pedritense – entre acidentes ocorridos na zona urbana e no interior do município. Moreira lamentou o fato do trânsito não ter sido citado na audiência realizada na quarta-feira (5), que debateu a segurança pública.
O presidente do Cetran, Luiz Noé, explanou sobre diversos pontos, em especial, parabenizou sobre a criação da Comissão. “Dom Pedrito está de parabéns, pelo conhecimento dos que estão presentes e pela vontade. Nós, parlamentares, somos o para-choque da comunidade, por isso, é importante ter pautas relacionadas a outros temas, muitas vezes não nos damos conta da questão do trânsito e da mobilidade urbana. Ignoramos, pois é algo novo em nosso país. A parte mais democrática do trânsito é a calçada e não damos bola”, disse Luiz Noé.
O presidente salienta que há características no Brasil, peculiaridades que resultaram em um atraso nos conceitos de urbanização e infraestrutura. “Quando a indústria automobilística chegou ao Brasil, havia um nicho específico. No interior do RS, as ruas, antigamente, eram para as pessoas, mas quanto os carros chegaram ao interior, as ruas ficaram totalmente voltadas para os veículos”. O agravante, conforme Noé, é que a indústria automobilística cresce em uma velocidade além do que os governos podem responder no quesito infraestrutura.
Luiz Noé defendeu a educação e a conscientização, além de afirmar que uma das premissas do Cetran é buscar viabilizar ações voltadas a este fim. Ele também é enfático ao afirmar que os professores não são devidamente capacitados para estes assuntos. “Pegamos estas concepções. Começamos a trabalhar com a educação no trânsito, um pouco tarde, mas precisamos alertar que a causa que mais mata jovens dos 0 aos 14 anos é acidentes de trânsito, banalizamos dados, mas estamos perdendo nossos jovens – as estatísticas, ainda, só contabilizam aqueles que morrem no momento do acidente”.
Sugestões da Frente Parlamentar
Uma lista com nove sugestões foi apresentada durante a reunião. A lista será levada aos setores responsáveis, confira:
Inclusão do tema Trânsito na rede municipal de ensino; aumentar a conscientização por um trânsito mais seguro; Plano de Arborização Urbana; sinalização de obras em vias; solicitações aos órgãos competentes da rodovia federal (BR 293) e rodovias estaduais (RS 630 – RS 634); Plano de Mobilidade Urbana; aumentar o número de semáforos; aumentar o número de estacionamentos comuns e vagas preferenciais e a criação de uma Junta Administrativa de Recursos de Infrações (JARI).
Também foi amplamente debatida a possibilidade de um estacionamento rotativo, para tentar ordenar o trânsito pedritense nas vias principais e no centro da cidade.
