Farsul emite nota de repúdio sobre declarações de Lula em sua caravana pelo Estado
Na nota, a federação afirma que não aceita a “antecipação do debate eleitoral”
Nesta quarta-feira (21) a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) emitiu uma nota de repúdio às declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a passagem da caravana do petista pelo Estado.
Na nota, a federação afirma que não aceita a “antecipação do debate eleitoral”. Segundo a federação, Lula tem usado “metáforas” que remetem ao “coronelismo” e ao” clientelismo”. Além disso, o petista teria sido preconceituoso ao achar que as pessoas “vendem suas crenças”.
Leia a nota na íntegra:
Nota à Sociedade
A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul — FARSUL — vem por meio desta nota repudiar, de forma veemente, as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva feitas em nosso Estado, em relação aos produtores rurais gaúchos e também brasileiros. Em primeiro lugar, cumpre esclarecer que o ex-presidente nunca doou ou emprestou nenhum recurso seu aos produtores rurais. Os valores tomados junto ao sistema financeiro em forma de crédito rural têm como fontes os depósitos à vista e a poupança das instituições financeiras, que assumem integralmente os riscos de inadimplência, recebendo em contrapartida os juros pagos pelos produtores rurais.
Logo, o dinheiro que financia o agronegócio não é do governo e, muito menos, do ex-presidente, mas dos agentes financeiros. O ex-presidente mesmo condenado em segunda instância ainda não aprendeu a diferenciar os recursos seus, do governo e da sociedade. O ex-presidente, utilizando-se de metáforas que nos remetem ao tempo do coronelismo e do clientelismo, demonstrou preconceito com as pessoas pobres do país, achando que ainda estas vendem suas crenças e percepções por dez Reais.
Na sequência, chama os produtores rurais brasileiros de caloteiros, o que além não ser verdade, já que dentre todas as linhas de crédito disponíveis no país o crédito rural é a de menor inadimplência de acordo com o Banco Central, é um preconceito também com os produtores rurais. Nem os empresários e tampouco os trabalhadores devem favores a ocupantes de cargos públicos. Nenhuma retribuição ou reverência é devida quando os recursos tomados da sociedade em forma de tributos são devolvidos em forma de serviços. Por fim, a Farsul não aceita que um ex-presidente que conhece a realidade do país demonstre tamanho preconceito com esses brasileiros que trabalharam de sol a sol, fazendo a economia crescer inclusive no período de seu governo, mas enquanto cidadãos não aceitam a antecipação do debate eleitoral e nem tampouco a pregação ao de desrespeito às decisões judiciais e ao Estado Democrático e de Direito.
Gedeão Silveira Pereira – Presidente da Farsul