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Endometriose: conheça mais sobre e leia relatos de mulheres que convivem com a doença

Mais comum do que se imagina, a endometriose pode causar uma série de sintomas e problemas na saúde da mulher

No mês de março, uma campanha muito importante trata sobre saúde da mulher e sobre uma doença que é mais comum do que se imagina: a endometriose. A condição, que é uma alteração no tecido que reveste o útero (endométrio), afeta mais de sete milhões de pessoas em todo país.

E a principal “arma” contra a doença é a informação. Os sintomas podem variar bastante, mas os principais são dores menstruais muito fortes, dores durante as relações sexuais, dificuldade para engravidar e até mesmo fluxos menstruais intensos, que em alguns casos ultrapassam sete dias.

E nós conversamos com duas mulheres que têm a doença e elas contam a sua experiência com o diagnóstico.

20 anos sem resposta

Para contar um pouco sobre o seu diagnóstico recente, conversamos com a empresária Bianca Leal, que trouxe o seu relato. Bia afirma que passou 20 anos com dores intensas e sem respostas por parte dos médicos.

Ela tem 41 anos, é casada há 18 e tem dois filhos. Ela relembra a dificuldade e as dores intensas durante as suas quatro gestações, visto que a Bia também sofreu dois abortos espontâneos.

Nesses 20 anos, muitas mulheres falaram para ela que também sentiam cólicas menstruais e o que ela tinha era preguiça de trabalhar, visto que a condição muitas vezes impede que a mulher até mesmo saia da cama por conta das fortes dores sentidas, principalmente no período menstrual.

Bia relembra o medo que tinha de ter um segundo filho, já que ela classifica as cólicas que sente como “dor de morte”. Com uma gestação extremamente delicada, três ameaças de aborto e tratamento para continuar com a gestação, o parto do pequeno Lupson Viccenzo não foi o fim de uma jornada de dúvidas e sofrimento.

Apenas há seis meses ela finalmente teve o diagnóstico para endometriose e adenomiose e deve iniciar o tratamento em breve.

Cirurgia e luta pela vida

Para a pedritense Laíza Viana Garcia, falar sobre endometriose é sinônimo de sobrevivência. Ela passou por um procedimento cirúrgico, muitos meses de tratamento, dores e medo.

Ela conta que durante muitos anos não teve qualquer sintoma ou sinal que pudesse desconfiar de que algo estava errado. Tudo começou em 2017, com 24 anos, quando ela começou a sentir dores durante as relações sexuais, momento este que ela relembra que sofreu abuso sexual, visto que sentia dores e pediu para que o seu parceiro parasse. Mas não foi atendida.

Laíza diz que as mulheres são acostumadas desde sempre que sentir dor é normal, principalmente durante o período menstrual. Nessa época, ela perdeu 30 quilos em um ano, tinha sete ou oito dias de um ciclo menstrual com fluxo intenso e passou a ter muita cólica menstrual.

Ela relembra sua primeira crise forte de dores em 2019: “Eu lembro perfeitamente, eu tava com muita febre e muita cólica menstrual e aí fui tomar um banho e tive muito sangramento, inclusive com coágulos de sangue saindo” relata.

Ela resolveu buscar ajuda médica já desconfiada do seu diagnóstico e ouviu algo ainda mais difícil: a médica falou que não faria a cirurgia necessária no caso dela e orientou Laíza a procurar um especialista em outro município, ainda alertando sobre os riscos de acontecer uma hemorragia durante o procedimento e ela não resistir.

Após esse diagnóstico, foram anos de tratamento e consultas traumáticas, com muitos profissionais dizendo para ela que o sonho de ser mãe não seria possível e que a jovem teria que tirar o útero e os ovários.

Finalmente em 2023 ela procurou um especialista em Pelotas, já com o psicológico muito abalado e fazendo a última tentativa antes de desistir de tudo: “Psicologicamente é uma doença que afeta muito, porque tu sente muita dor. Então eu não conseguia trabalhar, caminhar, fazer um exercício. Para virar na cama eu sentia falta de ar”, relembra.

Apesar da família dela não ter condições, eles realizaram uma vakinha para custear a cirurgia. Para a surpresa de todos, o dinheiro foi arrecadado em um mês e o procedimento foi feito em 09 de outubro de 2023.

Ela tinha focos de inflamação no umbigo, ovários, intestino, reto, bexiga, um tumor no apêndice e uma lesão no diafragma, tudo causado pela doença que se manifestou silenciosamente durante 10 anos. A cirurgia durou mais de sete horas e ela não precisou retirar os ovários ou o útero.

Laíza ainda ressalta o apoio que recebeu da comunidade: “Se hoje eu tô bem, viva, com saúde, foi por conta não apenas da minha fé, mas também da fé e do carinho que eu recebi de toda a população, não só de Dom Pedrito, mas também de fora. Queria muito agradecer a todo mundo”.

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Um Comentário

  1. Boa tarde! Eu tambm alguns anos atraz sentia muita dores e colicas na mestruação consultei em lavras do sul onde fiz uma ecografia cm Dtr Ary gomes a qual me mandaram pra Bage fizeram cirugia e porem tive q fazer sete porq me perfuraram intestino useu bolsa de colostomia e tratamento muitos anos pois estava muito grande e era em tda pelvica e ficou aderencia hoje graças a Deus estou bem! 🙏

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