Doutoranda pela Universidade Federal da Bahia ministrará palestra em Dom Pedrito

A professora e doutoranda em Estudos Étnicos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Stéphanie Campos Paiva Moreira, ministra, no dia 16, a palestra “Ancestralidade e Epistemologia – reflexões sobre as mulheres negras e as escritas de suas histórias”. O evento acontece no Instituto de Educação Bernardino Ângelo, a partir das 19h30, com entrada franca, lembrando Gisele Bueno Pinto, poetisa pedritense, e o Dia do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, celebrado 17 de agosto.

Stéphanie está em Dom Pedrito dando seguimento ao seu trabalho de pesquisa. No Museu Paulo Firpo, onde ela destaca o rico acervo histórico, está tendo acesso à documentação do século XIX. Embora ela tenha nascido em Natal, Rio Grande do Norte, a família paterna de Stéphanie é natural de Dom Pedrito. “Nunca havia conhecido meus parentes paternos, depois que conheci que é a parte negra da minha família: vem de meu pai, e vem justamente do sul, que é uma região onde existe um mito da invisibilidade da população negra, um mito da pureza étnica gaúcha”, contou à nossa reportagem, salientando que a partir daí surgiu o pensamento de pesquisar a ancestralidade negra, com foco em Dom Pedrito.

Sobre o andamento da pesquisa, ela ressalta ter encontrado muitas informações sobre o processo de escravidão e sobre organizações abolicionistas. “Foi uma cidade que aboliu a escravidão antes da data nacional, antes de 1888, isso é um fato curioso, mas como essa população negra se organizou depois da abolição?”, contou Stéphanie, resposta que ela pretende conseguir junto ao acervo de jornais ao qual o Museu Paulo Firpo preserva, entre os quais, a Gazeta Pedritense, datada do século XIX.

A tese de doutorado está programada para ser finalizada em 2020. Stéphanie comenta que existe, no trabalho, uma parte voltada à teoria, enquanto outra voltada à história.