Dom Pedrito e a pandemia da intolerância
O evento da intolerância é generalizado e histórico, bem sabemos, mas abordar o tema de forma local é nossa obrigação, como forma de entender o que se passa na sociedade em que vivemos.

A história do Brasil é repleta de acontecimentos que fomentaram o conflito, a guerra de classes, as disputas por poder e tem sido assim até hoje. Governos se sucedem tentando cada qual impor suas concepções pessoais antes do bem geral da nação. São pessoas que imbuídas dos mais nobres propósitos tem cometido ao longo das décadas os mais descabidos atos de renúncia ao bom senso.
Atualmente, tempos de extrema polarização ideológica, temos visto brasileiros, irmãos de pátria, entrincheirarem-se em lados opostos, sem darem-se conta que estão no mesmo campo de batalha. As opiniões radicais não tem deixado sequer, membros de uma mesma família terem um diálogo civilizado, quem dirá aqueles que se desenrolam nas redes sociais.
Opiniões pessoais são combatidas com fúria que beira as vias de fato – futebol, religião e com destaque a política tem acirrado os ânimos dos pedritenses, ao ponto de desfazerem-se amizades e serem criadas barreiras entre membros da comunidade.
Se o advento das redes sociais deu voz a quem não tinha, também forneceu uma falsa sensação de que nesse espaço se pode falar qualquer coisa, desde ofender e descredibilizar o trabalho alheio até criar falsas notícias e colocar uns contra os outros.
Hoje se chegou a um ponto em que a democracia começa a ser questionada, afinal, não é possível duas pessoas terem pontos de vista diferentes sem que isso gere uma guerra de ideias.
É a pandemia da intolerância para a qual ainda não se iniciou nenhuma medida de combate. Não há vacina em desenvolvimento, tampouco tratamento precoce sendo recomendado. E o pior é que a sociedade ainda não percebeu a doença que padece e por isso o vírus (da intolerância) segue se disseminando sem freio, sem regras, sem perspectivas de ser erradicado.
Nesse contexto qual seria a solução? Tendo a graça de viver em uma democracia, é notório que a educação como investimento em longo prazo tem o condão de transformar a sociedade, mas precisamos também de líderes em todas as esferas que agreguem, que arrastem as pessoas pelo exemplo. Se não for assim, continuaremos tal qual um cabo de guerra – cada um puxando para um lado.