Detentos de Bagé se negam a comer refeições fornecidas pelo presídio

Uma quase “greve de fome” está ocorrendo no Presídio Regional de Bagé. Apenados do regime semiaberto, da terceira e quarta galeria da casa de detenção, não querem comer a alimentação oferecida no local. Nesse alojamento estão 75 presos.

Segundo o diretor substituto do presídio, Júlio Cézar Jardim, eles estão se manifestando contra o poder Judiciário, pelo fato de seus Procedimentos Administrativos Disciplinares (PAD) estarem em tramitação lenta e também pela superlotação. “Superlotação é uma realidade, temos 75 presos em um local onde deveriam estar 45; e quanto aos procedimentos, já encaminhamos o pedido para a Vara de Execuções Criminais, mas eles solicitaram uma lista de apenados, o que os presos ainda não nos passaram”, explica o diretor.

Jardim salienta que a “greve de fome” não foi anunciada, e que algumas medidas já serão adotadas para auxiliar nas reivindicações. “Para superar um pouco a superlotação, estamos reformando o pavilhão de trabalho para alojar cerca de 15 apenados e, hoje, possivelmente, já estaremos realocando-os para o local. Eles pedem também ter mais representantes por galeria (como no regime fechado). Como eles receberam visitas no domingo e ontem (quarta-feira), e hoje estarão recebendo as bolsas (com material de higiene, alimentos e roupas), eles estão se alimentando com esses alimentos dos familiares, apenas não estão pegando as refeições fornecidas pela Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe)”, disse Jardim.

Conforme o diretor, os apenados disseram que o problema deles não é com a Susepe, e sim desejam manifestar contra o poder Judiciário para que que tome medidas. “Estão tranquilos, não anunciaram uma greve literalmente. Por este motivo, liberamos as visitas, pois em situação de greve há procedimentos, como não receber visitas e pesagem dos apenados”, falou.

Rochele Barbosa/Jornal Minuano