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Descarte inadequado de máscaras se torna comum nas ruas de Bagé

Reportagem flagrou objeto no chão da praça do Coreto

A reportagem do jornal Folha do Sul percorreu as ruas do centro da cidade e observou ser cada vez mais comum o descarte inadequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), especialmente máscaras. Somente na manhã de ontem, foram encontradas máscaras jogadas ao chão na praça do Coreto e na avenida Sete de Setembro, bem no centro da cidade.

De acordo com Agência Nacional de Vigilância Sanitária, por se tratar de material potencialmente contaminante, as máscaras descartáveis comuns ou reutilizáveis não podem ser dispensadas inadequadamente no lixo orgânico ou junto a materiais recicláveis. Conforme publicado na edição de 14 de maio do jornal Folha do Sul, o coordenador das Vigilâncias em Saúde do município de Bagé, Geraldo Gomes, há cuidados a serem observados no momento do descarte. “O ideal é depositar o objeto em um saco plástico e colocar no lixo separado do restante, para que os coletores e recicladores não entrem em contato com o material. A explicação é que caso a pessoa que utilizou o objeto esteja com algum tipo de doença, ou o próprio coronavírus, o agente viral pode sobreviver por determinado tempo e causar o contágio a outras pessoas”, destacou.

Riscos

Um dos problemas relacionados ao descarte sem cuidado dos EPIs é que, caso estejam contaminados com o vírus Sars-CoV-2, este pode sobreviver 24h ou até mais tempo fora do corpo humano, a depender das condições do ambiente e do tipo de material onde foi depositado.

Ouvido pela reportagem, o titular da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde, Ricardo Necchi, orientou que o usuário também pode utilizar a rede de saúde do município – postos e hospitais, para solicitar o descarte seguro do material, caso tenha dúvidas sobre a destinação. “O que é preciso deixar claro é que qualquer resíduo biológico pode ocasionar risco à saúde de outras pessoas. Se a pessoa não dispõe de meios seguros para o descarte, pode acessar esses locais”, argumentou.

Sobrevida do vírus

Conforme reportagem da BBC Brasil, Neeltje van Doremalen, virologista do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), e os colegas do Rocky Mountain Laboratories em Hamilton, no Estado de Montana, fizeram alguns dos primeiros testes para analisar quanto tempo o Sars-Cov-2 pode sobreviver em diferentes superfícies. O estudo, que ainda não foi publicado em uma revista científica, aponta que o vírus pode sobreviver em gotículas por até três horas após ser expelido no ar por uma tosse.

Gotas finas, entre um e cinco micrômetros de tamanho, cerca de 30 vezes menores do que um fio de cabelo humano, podem permanecer no ar por várias horas. Isso significa que o vírus que circula em sistemas de ar-condicionado não filtrados só sobreviverá por algumas horas, principalmente porque as gotículas tendem a se depositar em superfícies mais rapidamente quando há circulação de ar.

Mas o estudo do NIH descobriu que o Sars-CoV-2 sobrevive por mais tempo quando depositado sobre papelão — até 24 horas — e de dois a três dias sobre superfícies de plástico e aço inoxidável.

Os resultados sugerem que o vírus pode sobreviver por este tempo em maçanetas de portas, bancadas e outras superfícies duras. Os pesquisadores descobriram, no entanto, que as superfícies de cobre tendem a matar o vírus em cerca de quatro horas.

Forma de uso

– É recomendável que cada pessoa tenha entorno de cinco máscaras de uso individual;

– Assegurar que a máscara está em condições de uso (limpa e sem rupturas);

– Fazer a adequada higienização das mãos com água e sabonete ou com preparação alcoólica a 70%;

– Tomar cuidado para não tocar na máscara, se tocar a máscara, deve executar imediatamente a higiene das mãos;

– Cobrir totalmente a boca e nariz, sem deixar espaços nas laterais;

– Manter o conforto e espaço para a respiração;

– Evitar uso de batom ou outra maquiagem ou base durante o uso da máscara.

Advertências

– Não utilizar a máscara por longo tempo (máximo de três horas);

– Trocar após esse período e sempre que tiver úmida, com sujeira aparente, danificada ou se houver dificuldade para respirar;

– Higienizar as mãos com água e sabonete ou preparação alcoólica a 70% ao chegar em casa;

– Retire a máscara e coloque para lavar;

– Repita os procedimentos de higienização das mãos após a retirada da máscara;

– Não compartilhe a sua máscara, ainda que ela esteja lavada.

Limpeza

– A máscara deve ser lavada separadamente de outras roupas;

– Lavar previamente com água corrente e sabão neutro;

– Deixar de molho em uma solução de água com água sanitária ou outro desinfetante equivalente de 20 a 30 minutos;

– Enxaguar bem em água corrente, para remover qualquer resíduo de desinfetante;

– Evite torcer a máscara com força e deixe-a secar;

– Passar com ferro quente;

– Garantir que a máscara não apresenta danos (menos ajuste, deformação, desgaste, etc.), ou você precisará substituí-la;

– Guardar em um recipiente fechado.

Descarte correto

– Embale o item em saco ou sacola plástica resistente e feche bem;

– Deposite separado do lixo comum, para não oferecer riscos a coletores e recicladores.

– Caso tenha dúvidas, leve o material a um posto de saúde ou hospital próximo para descarte adequado.

Fonte: Jornal Folha do Sul

Foto: Márcia Sousa

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