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Delegado que coordena Força Tarefa de Combate ao Abigeato realiza balanço das ações executadas

Atuando há sete meses, a Força Tarefa de Combate ao Abigeato e Crimes Rurais logrou excelentes resultados, realizando prisões, desarticulando quadrilhas, diagnosticando as formas de atuação de criminosos e restituindo animais aos seus donos. O delegado Adriano de Jesus Linhares Rodrigues conversou com a reportagem da Qwerty Portal de Notícias, destacando o trabalho desempenhado e as características do abigeato, crime de difícil investigação.

Foram sete meses de intensa atuação, com 72 prisões e cerca de 700 animais recuperados, além de uma visão maior da violência que ocorre no campo. “O produtor rural ainda é muito vulnerável, sujeito a ser vítima de crimes. Trabalhando na investigação, conseguimos fazer a divisão de várias categorias de criminosos: de quadrilhas especializadas a criminosos que atuam individualmente”, explica Rodrigues.

A modalidade de atuação das quadrinhas também é curiosa. “Quadrilhas formadas na região metropolitana, com grande estrutura, com atuação registrada em Dom Pedrito, inclusive. Eles possuíam caminhões só para furto, causavam danos financeiros enormes em todo Estado”. O abigeato, explica o delegado, pode ser dividido em modalidades. “Existem quadrilhas que se estruturaram, com aparato logístico, furtam animais vivos, contando com uma rede de contatos em cada região. Na região de Camaquã (Costa Doce), este tipo de crime é mais registrado”, enfatiza Adriano.

Próximo a Dom Pedrito, existe o chamado “triângulo do abigeato”, em São Gabriel, Rosário do Sul e Cacequi. “Na região de Cacequi, recuperamos centenas de rezes, ali, é outra modalidade de furto, em que o criminoso tropeia o gado por quilômetros. É uma das modalidades mais antigas do abigeato. Outra modalidade de furto é o aliciamento de capatazes das fazendas, mais comum nas fronteiras entre Uruguai e Argentina, após o furto nesta modalidade, eles acabam vendendo os animais, existe um descontrole do proprietário, que deposita muita confiança no empregado”, diz o delegado, destacando que não há qualquer estudo estatístico sobre animais furtados.

Rodrigues relata que em um caso ocorrido em Santana do Livramento, um dos criminosos detidos já havia furtado mais de 500 animais. “Quadrilhas de grandes centros se especializam em furtar uma quantidade menor de animais. É uma investigação difícil de fazer. Esta carne é levada para as cidades maiores onde há o consumo”.

Uma das prisões mais emblemáticas realizadas pela Força Tarefa foi a de Edson Rosa, tido como líder uma organização, com grande aparato logístico. Os resultados são substanciais: mais de 700 animais recuperados, caminhões e veículos apreendidos, armas tiradas de circulação, muitas de grosso calibre.

Além de desarticular quadrilhas especializadas em furto de gado, a Força Tarefa também frustrou as ações de uma quadrilha que atuava dando golpes em produtores rurais através de plantações de arroz e soja, causando prejuízos milionários as vítimas.

Por fim, o delegado destacou a ajuda fornecida pelos sindicatos rurais, produtores e Farsul, colaboração essencial para o êxito do trabalho da Força Tarefa. A equipe, formada por seis investigadores (um deles, pedritense), coordenada por Rodrigues, ainda não teve sua continuidade confirmada pelo governo estadual.

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