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Corpo de Bombeiros irá fechar o quartel por nove dias em virtude da falta de efetivo e da quantidade de horas extras que foram dispensadas

 

Nos próximos nove dias, a comunidade de Dom Pedrito terá grandes dificuldades em solicitar atendimento do Corpo de Bombeiros, isto porque, a partir de hoje, irá ocorrer uma paralisação em virtude da falta de efetivo e da quantidade de horas extras que foram dispensadas no mês de dezembro por parte do Governo do Estado.

Recebemos a informação no início da manhã desta terça-feira (13), e de acordo com servidor que não quis se identificar, “é necessário que esta informação chegue o mais rápido possível a toda comunidade”.

Ainda segundo ele, o Corpo de Bombeiros estará fechado com apenas um servidor permanente para os casos de urgência, destacando que em caso de ocorrência, este servidor terá que chamar os que estiverem em casa, o que pode levar um tempo para organizar todo o atendimento.

Esta demora, segundo este servidor, poderá ser crucial para que a ocorrência tenha êxito ou não, em virtude do tempo que poderá ser perdido desde a mobilização até o atendimento final. “Se seguir desta forma, o governo irá se acostumar a agir desta maneira, mas sabemos que quem perde diretamente é a comunidade”, disse o servidor.

Para deixar claro, a falta de horas extras é importante para que os servidores possam  cumprir a carga horária, e assim ter, no mínimo, uma guarnição de serviço por dia com até quatro homens à disposição. Já sem estas horas, a guarnição seria de um a dois homens e, segundo o servidor, o Corpo de Bombeiros não pode atuar desta forma porque o risco de fatalidades seria muito grande.

Após recebermos esta informação que também foi repassada para outros veículos de comunicação do município, fomos até o quartel do Corpo de Bombeiros, onde Tenente Goulart concedeu uma coletiva de imprensa para falar sobre o assunto.

De acordo com o tenente, “a atitude foi tomada devido a defasagem do efetivo e a quantidade de horas extras que foram dispensadas, acrescentando que os nove dias parados serão diluídos ao longo do mês de dezembro”, alertando que esta atitude poderá ser tomada nos próximos meses se o problema persistir.

Ainda conforme Goulart, o fechamento irá ocorrer somente com relação a atividade permanente, onde contará com um militar no serviço de telefonia, com acionamento de chamados de ocorrência com potencial ofensivo – que são aquelas que oferecem risco à vida.

“Lógico que nós estudamos e discutimos, mas chegamos, infelizmente, a este limite, quer seja pela falta de efetivo ou pela operação golfinho que está iniciando”, disse o tenente.

Segundo Goulart, não existe a possibilidade de deixá-los de sobre aviso, isto porque, de acordo com a legislação, ele teria que pagar às 24 horas e, no mínimo, 8 horas para cada um deles.

Ele reconhece que o fechamento trará mais riscos, mas que no caso de acidentes graves, por exemplo, o atendimento poderá ser canalizado para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), mas com relação ao combate a incêndio e vítima encarcerada (pessoa que fica presa nas ferragens) fica totalmente prejudicado, sendo que no segundo caso um militar resolve o problema.

“Hoje, o deslocamento para atender uma ocorrência de incêndio fica em torno de dois minutos, com chegada de no máximo dez até o local do fato, mas com o fechamento do quartel, não poderei garantir um atendimento inferior a 15, 20 ou 30 minutos”, disse Goulart.

“Cabe destacar que todas as viaturas estarão em condições de pronto emprego, e os telefonistas permanentes, em tese, são todos condutores de viaturas; mas eu não posso comprometer a integridade física deles, mandando sozinhos para uma ocorrência”, disse Goulart.

“Temos que ter pelo menos três militares embarcados, e este é o mínimo exigido pelo Corpo de Bombeiros, e o que a legislação me ampara. Se eu não agir desta maneira, estarei me comprometendo e contrariando a norma; além do que será totalmente ineficiente e muito mais arriscado o atendimento”, alertou o tenente.

Hoje, o Corpo de Bombeiros possui 22 militares de carreira, sendo que 14 estão disponíveis. Destes, dois são para prevenção e doze para o socorro, que seria uma escala de 24/48 horas, o que se traduz em 240 horas mensais por militar, e cada bombeiro pode trabalhar no máximo 177 horas. Acima deste número, são horas extras.

“Num calculo que fizemos, seria necessário, este mês, 782 horas extras para compensar o período trabalhado, e vieram apenas 135 horas”, finalizou o tenente Goulart.

Oito dos nove dias já foram definidos para o fechamento do quartel: 13, 14, 15, 18, 19, 23, 27 e 29 de dezembro. É importante que a comunidade redobre os cuidados nestas datas, pois o atendimento prestado pelos bombeiros nestes dias estará bastante comprometido em virtude desta mobilização.

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