Cesa pretende terminal para exportação de Arroz; confira entrevista exclusiva com o diretor da Companhia

O diretor da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), Lúcio do Prado, concedeu entrevista exclusiva à Qwerty Portal de Notícias, onde falou sobre a suposta supersafra e a infraestrutura da Companhia no Estado. Do Prado também destacou a importância do município dentro do cenário produtivo no Rio Grande do Sul e pediu união dos orizicultores para a formatação de um terminal público.
Lúcio diz que a Cesa passa por uma reestruturação de suas unidades, onde, principalmente, os produtores estão sendo ouvidos, além da resolução de problemas trabalhistas. “A Companhia tinha a maior ação trabalhista no Estado, R$ 272 milhões era o passivo trabalhista, R$ 513 milhões é o passivo da Companhia, sanando parte disso, conseguimos vender algumas unidades (da Cesa), focando nas unidades estratégicas que atendem os interesses dos produtores”, disse Do Prado.
O diretor comenta que a Cesa consulta dados do Irga, Federarroz, Secretaria de Agricultura e Ministério da Agricultura, adiantando que nada vai adiantar uma supersafra se não houver preço. “Nosso produtor está voltado a produzir grãos, mas o câmbio vem nos prejudicando. Como diretor da Companhia, vizinho de vocês aqui em Alegrete, começamos a trabalhar no terminal do arroz, para que os produtores não fiquem dependentes de empresas multinacionais. Estamos viabilizando o terminal arrozeiro que existe em Rio Grande, partindo desta recuperação, começamos a bloquear a entrada de trigo importado, que acabava prejudicando os produtores gaúchos”, ressalta Lúcio.
Ainda, ele comenta que o governo Tarso Genro (2011 – 2014) trabalhava diretamente com importação de trigo, enquanto, nesta época, a Cesa era usada para concorrer com os produtores. “A situação dos arrozeiros já era complicada, imagina ficar importando arroz pelo terminal público? Estamos voltados, de forma clara e objetiva, para exportação, trabalhando para exportarmos e termos um terminal público gerido pela Cesa e com parcerias de empresas especializadas”.
Do Prado lamenta quando diz que a Companhia já foi utilizada como palanque político em governos passados. “O produtor é que paga a conta e soma prejuízo, quem mais precisa de estabilidade e armazenagem é quem mais sofre. Aqui em Dom Pedrito, quando falamos nos arrozeiros, estamos trabalhando para ter um terminal público que atenda aos arrozeiros, pedimos a mobilização e o engajamento de todos. Entendemos que o produtor arrozeiro tem uma grande carência em escoar sua produção”, finalizou.