Cemitério poderá ficar, em breve, sem gavetas para sepultamento

Na sexta-feira passada (11), o administrador do complexo Cemitério Municipal/Capela Velatória Padre Antônio Paul, Lenon Pahim, alertava para o fato de que naquele dia, às vésperas de a prefeitura entrar em regime de feriadão (de 12 a 15 de novembro), contava com apenas 6 gavetas (ou catacumbas) para novos sepultamentos, e ainda levando-se em conta que a média é de 2 sepultamentos por dia.
Para agravar o problema, o responsável pelo setor observou que dispunha somente de um pedreiro no Cemitério, desde maio, quando assumiu suas funções (até então eram dois pedreiros trabalhando no interior da necrópole) e que, sozinho, aquele profissional não dá conta de construir novas gavetas e ainda cuidar de tarefas como reconstruir as lixeiras que foram totalmente depredadas recentemente, ou recuperar as calçadas do cemitério. Para piorar a situação, faltava cal para qualquer obra.
“Na mesma sexta-feira, por volta das 17h30min, conseguimos que a Assessoria de Esportes da prefeitura nos cedesse 5 sacos de cal, que estamos usando para os sepultamentos, uma vez que esse produto é essencial para fecharmos as gavetas depois de cada sepultamento, senão a massa não cola”, explicou Lenon, já na manhã desta segunda-feira (14).
Entretanto, a situação neste início de semana continua inalterada, uma vez que cal para a construção de novas catacumbas não está disponível e, ainda, mesmo que exista todo o material, o único pedreiro, se largar qualquer outro serviço e se dedicar apenas à construção de gavetas (…) ele poderia construir duas gavetas e precisaríamos esperar uns três dias até estarem secas e prontas para o uso”, depõe o administrador. O temor, no contexto, é que não existam catacumbas disponíveis em número suficiente para novos sepultamentos, nos próximos dias.
De sexta-feira até hoje, segunda-feira, foram registrados quatro sepultamentos. A semana passada se encerrou com 8 gavetas livres (seis que restavam e mais duas decorrentes de exumações feitas). Das 8, 4 já foram ocupadas. “Então, nesta manhã (dia 14), temos só 4 gavetas e não sei quando teremos novas construídas. Já posso antever que teremos falta de catacumbas para sepultamentos nos próximos dias”, alerta o administrador.
Recentemente, numa situação semelhante, o administrador, por determinação do prefeito, a quem questionou perguntando como proceder diante do impasse, utilizou gavetas de particulares para realizar sepultamentos (sem autorização dos mesmos), já que não havia outra solução no momento. O fato gerou protestos na imprensa, por parte da família proprietária dos jazigos. Se nada mudar na situação atual, isto pode voltar a acontecer.
Silvio Bermann – Jornalista – MTE 18.189