Casa Moreira – desde 1969 atendendo no Bairro Santa Terezinha
Também conhecido como Bar do Bocha e Armazém Moreira, comércio é um dos mais antigos em atividade

Esses comércios de bairro são por sua essência, destinados a atender a comunidade no seu entorno. Talvez por isso é que costumamos criar uma intimidade com essas vendas de esquina, uma, por assim dizer, identidade com os donos, com os cheiros e todo o universo de coisas e sensações que eles têm. Passam-se os anos e consolidamos na memória as lembranças dos momentos vividos e que são reavivados por um ou outro sentido.
Nesta semana, nossa reportagem esteve em mais um desses comércios – a Casa Moreira, do seu Nelson Fernandes Moreira, também conhecido como Bar do Bocha e Armazém Moreira, e que é um dos mais antigos em atividade no município. Fica ali na esquina das ruas Bernardino Ângelo e Princesa Izabel. Um comércio de secos e molhados, como está escrito na placa que fica logo acima da porta de entrada.
Fomos recebidos pelo seu Nelson e sua esposa, a dona Eva Marli ,com quem é casado há 54 anos, com a simpatia e o sorriso característicos dos bons comerciantes. Seu Nelson, hoje com 77 anos, escorado no balcão foi desenrolando o novelo da sua vida. Oitavo filho de uma família de nove irmãos (seis homens e três mulheres), é filho de Martim Garcia Moreira e Alice Fernandes Moreira. Nascido na zona rural de Santana do Livramento (Três Vendas), aos dezoito anos veio para Dom Pedrito prestar serviço militar obrigatório na unidade do Exército Brasileiro em Dom Pedrito, na época, o 14º RCMec. Depois de um ano exato, deu baixa e é aí que surge a ideia do armazém.
O começo da Casa Moreira
Ele conta que o ponto para o comércio surgiu de um acordo com o marido de uma prima que era proprietário do imóvel. Como esse parente morava na campanha e tinha um filho em idade escolar, Nelson poderia usar a casa em troca de cuidar do guri. Iniciava-se assim a história da Casa Moreira.
O começo foi difícil “…tive que vender três boizinhos que tinha lá fora. Tive que comprar balança, mandar fazer um balcão de tábuas, prateleiras e tal, daí comecei…”. Com o passar dos anos a clientela aumentou e com ela a necessidade de expandir o negócio que está como o vemos agora. Hoje o imóvel é de sua propriedade, comprado do parente que emprestou o local.
Lá se encontra de tudo, gêneros alimentícios, bazar e alguns itens que contam um pouco dos usos e costumes do pedritense de antigamente, como latas para banha de porco e até calçados, itens já empoeirados e no fundo das prateleiras. E as famosas livretas? Sim, ainda estão em uso e representam uma prática quase esquecida nos comércios de hoje em dia.
A família
Nelson e Eva têm duas filhas – Taise e Denize, ambas formadas em Jornalismo e Nutrição, respectivamente. Orgulhosos, o casal fala do contentamento em ter prosperado e conseguido oferecer as condições para que as duas filhas estudassem. O empresário diz que pensa em parar com a atividade, o que não é confirmado por dona Eva, afinal, a rotina acaba por se tornar muitas vezes, parte importante das razões pelas quais se vive. O casal, que hoje é muito conhecido pela comunidade pedritense, segue seus dias com entusiasmo, carisma e mesmo sem saber, formando caras memórias na lembrança de muita gente.





