Após sofrer apagões, Presídio Regional de Bagé deve passar por reformas

A situação do sistema prisional no Rio Grande do Sul está longe de ser referência, principalmente após a onda de rebeliões durante a paralisação dos agentes penitenciários, ocorrida em dezembro de 2016. Em Bagé, não é diferente. Na noite de segunda-feira, por exemplo, o Presídio Regional ficou por mais de uma hora completamente às escuras. As informações são do Jornal Folha do Sul.
Conforme um agente penitenciário que não quis se identificar, desde o dia 21 de dezembro, quando ocorreu a rebelião na casa prisional, a insegurança é constante. “Nada foi modificado desde o motim. Faltam iluminação e condições de trabalho. Nós, agentes, tememos pela segurança. Pois, seguidamente, acontecem apagões que duram, muitas vezes, mais de uma hora. A qualquer momento pode morrer tanto agentes quanto presos, eletrocutados”, avalia.
O agente comenta que já ocorreram tentativas de fuga durante os episódios. “Os apenados foram detidos no pátio pelos agentes e Brigada Militar. Pedimos que o prefeito, secretários, deputados e demais lideranças intercedam junto ao governo do Estado para solucionar o problema. A situação está desesperadora”, completa.
O coordenador regional de Obras Públicas, José Cipriano Ribeiro, comenta que a parte de engenharia prisional no Estado não está mais inserida na Secretaria de Obras. “Na época da rebelião, nossos técnicos fizeram os levantamentos emergenciais e enviaram para a Susepe em Porto Alegre”, relata.
O diretor do Presídio Regional de Bagé, Carlos Eduardo Padilha, disse à reportagem que não teria informações oficiais. Porém, as últimas notícias seriam de que uma empresa de Dom Pedrito daria início às obras. “A situação no PRB é complicada, principalmente em dias chuvosos. Seguidamente há queda de energia elétrica à noite. Ontem (segunda-feira), por exemplo, aconteceram apagões”, confirmou.
Intervenções devem começar no próximo mês
O delegado da 6ª Delegacia Penitenciária Regional (DPR), Nílton Moreira da Silva, afirma que a empresa vencedora do processo para realizar as obras do PRB já entregou a documentação. “Será a EGR Engenharia, da cidade de Dom Pedrito. Deve ser reconstruída a cobertura do telhado, a parte elétrica e repostos os vidros, além de outras questões estruturais. Está tudo encaminhado”, garante.
Silva enfatiza que há necessidade urgente da intervenção. “A demora se deu pela dificuldade financeira do Estado. Sabemos que está um caos. Cerca de 80% do telhado danificado, 50% da rede elétrica comprometida. É um risco para os servidores e apenados. Porém, as obras devem começar nos próximos 20 dias e, a partir da data de início, a empresa tem 90 dias para entregar”, pontua. Ele destaca, aliás, que se trata de uma obra complicada.
“Precisaremos isolar os apenados em galerias e realizar os procedimentos por partes. Temos pressa para que tudo volte à normalidade, até por questões de segurança. Podemos dizer que estamos resolvendo essa situação”, encerra.
Jornal Folha do Sul