Alunos do curso técnico em agronegócio da Qwerty Escola participam do Primeiro Ciclo de Palestras em Ovinocultura

O primeiro Ciclo de Palestras em Ovinocultura realizado na noite de quarta-feira (26), no restaurante do Parque de Exposições Juventino Correa de Moura, deu início oficial às atividades da Associação dos Criadores de Ovinos de Dom Pedrito (ACODOPE) na Farm Show 2016. Alunos do curso Técnico em Agronegócio da Qwerty Escola de Educação Profissional, universitários, técnicos e produtores lotaram o restaurante do Parque para prestigiar as duas palestras, ministradas pelo médico veterinário Daniel Barros e pelo Dr. João Garibaldi de Almeida Viana.
Antes do início das palestras, o presidente do Sindicato Rural, Dr. Luiz Augusto Gonçalves de Gonçalves, ressaltou que é um dos deveres do Sindicato Rural proporcionar e viabilizar o conhecimento, através de palestras e demais atividades culturais que elevem o conhecimento dos estudantes e futuros profissionais do agronegócio.
O professor Viana inicou sua palestra apontando o consumo médio de carne do brasileiro, que é liderado pela carne de frango, enquanto a carne ovina é a última do ranking. Entretando, é um cenário em franca mudança. Garibaldi também ressalta aspectos da trajetória da Ovinocultura. “Há diferentes fases na história da Ovinocultura no Rio Grande do Sul, o período de ascenção da Ovinocultura inicou após a Segunda Grande Guerra, com o apeifeçoamento técnico e o preço valorizado da lã. Isso durou até o início da década de 1980, por uma questão de mercado, surgiu um período de declínio no mercado internacional, quem detinha o poder de mercado (da lã) era a Austrália, os grandes compradores eram os Estados Unidos e a União Soviética. Enquanto alguém na Austrália resolveu supervalorizar os preços da lã, houve um movimento nos dois polos mundiais para o desenvolvimento de novas tecnologias para fabricação de roupas, o que desvalorizou a lã”, explica o palestrante.
O RS chegou as ter 12 milhões de cabeças de ovinos, o Uruguai chegou a 25 milhões nos picos. “Agora, estamos em um período de recuperação, onde há o surgimento de uma nova forma de manejo dos animais. Não seremos o que éramos (sic), seremos uma nova produção. Mas o que essa mudança gerou? Uma cadeia produtiva, que agora não tem só produção de lã, mas uma produção de carne”. Para Viana, a Ovinocultura ainda é uma forma de subsistência para muitos pequenos produtores. “A Ovinocultura ainda possui um caráter social. Há um mercado informal, do abigeato. Outro tipo é o abate feito pelo produtor na propriedade e jogado no comércio. Dentre a cadeia de carne, no Brasil, a que apresenta mais sazonalidade é a cadeia ovina. Buscamos estudar estas causas”, ressalta.
A segunda palestra ficou a cargo do médico veterinária Daniel Barros, que falou sobre os “Sete Mandamentos da Ovinocultura”. Barros salienta que são sete pontos principais que os produtores deveriam levar em consideração antes de iniciar um projeto voltado à Ovinocultura. “É importante consultar o mercado consumidor antes de começar a produzir; delinear o tamanho que a Ovinocultura pode ter na propriedade antes de adquirir os animais; escolher uma raça alinhada com o meio ambiente; definir o tamanho do negócio e o perfil consumidor e comparar a atividade (da Ovinocultura) a outras atividades, correlacionando com o desenvolvimento econômico”, enfatiza Barros.