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Santa Casa de Caridade de Bagé habilita profissionais para futuro Centro de Radioterapia

A construção do Centro de Radioterapia ainda não começou efetivamente; porém, a Santa Casa de Caridade de Bagé já deu início à preparação de profissionais que vão realizar o atendimento aos pacientes que utilizarão a estrutura. A notícia é do Jornal Folha do Sul,o qual informa que serão oito técnicos de radiologia, num conjunto de 180 trabalhadores do setor, oriundos de diversas regiões do país, que realizaram as capacitações do curso de Especialização Técnica de Nível Médio em Radioterapia com Ênfase em Aceleradores Lineares, promovidas pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde, do Ministério da Saúde (SGTES/MS). Dentre eles, dois servidores concluíram os estudos ministrados pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, em dezembro de 2017, e são os primeiros técnicos em Radioterapia de Bagé.

Não foi ao acaso que os técnicos Maria Patrícia Netto Machado, 46 anos, e Luciano Guasque Rigueira, 33, decidiram participar da capacitação. A dupla atua no atendimento em saúde há mais de 10 anos e detalhou o treinamento. “Foram seis meses, de julho a dezembro de 2017, com intervalos de 15 a 20 dias longe de casa, para estágios em Salvador, Rio de Janeiro e outras cidades, nos locais onde os atendimentos são prestados, com aulas, inclusive, aos domingos”, afirmou Patrícia. Rigueira disse que a rotina incluiu acompanhamento aos trabalhos realizados no Centro de Radioterapia e Oncologia (Ceron), da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas: “Nós viajávamos com os pacientes e percebemos a rotina extenuante. Muitos deles também são tratados com quimioterapia e fazem o traslado sob efeito da medicação. É por isso que é tão importante que a radioterapia seja implantada em Bagé”. Conforme a dupla, o Plano de Expansão da Radioterapia do MS acontece devido à sobrecarga na demanda dos centros já existentes. “O Ceron chega a fazer 100 procedimentos diários. A estrutura está no limite da capacidade. Por isso é necessária a expansão”, disse Rigueira. A meta do ministério é, com a expansão, atender 70 milhões de pacientes, anualmente, em áreas com déficit assistencial. Estimativa do Inca aponta 600 mil novos casos de câncer, no país, por ano.

Motivação pessoal

A situação que impeliu os profissionais a realizar as capacitações foi pessoal. Patrícia foi aluna de Rigueira, há mais de 10 anos, no curso de Radiologia. Ela também fez parte da equipe da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), que tratou o colega, quando ele foi diagnosticado com um linfoma. Curado do câncer há quatro anos, o agora técnico em Radioterapia ressaltou que pretende usar o conhecimento obtido para melhorar a vida de outros pacientes. “Foi a implantação da quimioterapia que possibilitou o passo seguinte. A radioterapia, aliada à químio, aumenta a probabilidade de cura, por atuar diretamente sobre o tecido canceroso”, sustentou. Patrícia expressou otimismo com a notícia da implantação e detalhou o funcionamento da estrutura: “É uma equipe multidisciplinar, com médicos, físico médico, equipe de enfermagem e radioterapeutas. Tenho certeza de que, na Santa Casa de Bagé, os trabalhadores estarão preparados para receber pacientes e familiares”, ressaltou.

Tecnologia

O acelerador linear a ser instalado na estrutura será utilizado para atacar as células cancerosas, prevenindo o crescimento ou dispersão da doença, em processo que também é conhecido por metástase. “O tratamento, além de atacar o centro o tumor, é feito com uma margem de segurança, para que outros órgãos não sejam afetados pela radiação, além de prevenir a ocorrência de outros tumores”, explicou Rigueira. O equipamento, segundo Patrícia, é de última geração, e poderá se decisivo na cura de muitos pacientes. “A radioterapia, a depender do diagnóstico e da avaliação médica, pode ser usada tanto individualmente, quanto em paralelo a outros procedimentos, com o acompanhamento completo da equipe”, complementou. Em breve, outros profissionais que realizam a capacitação em Curitiba também estarão habilitados para atuar no Centro de Radioterapia: Rosi Mendonça Pinto, Adriana Bispo, Cláudia Greiner, Marcos Leal, Marcelo Tavares, Michele Daneris e Camila Perônio.

Os colegas ressaltaram o entusiasmo com a implantação do serviço em Bagé e declararam estar prontos para a nova jornada. “Valeu muito a pena. É um sonho que será realizado para a comunidade. Amamos fazer esse trabalho e só temos a agradecer à direção da Santa Casa, Ceron e entidades envolvidas”, encerrou Patrícia.

JORNAL FOLHA DO SUL

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