Justiça concede habeas corpus para PM Alexandre Curto dos Santos condenado a 12 anos por morte de Sem-Terra

A defesa do policial militar Alexandre Curto dos Santos entrou com pedido e conseguiu que a Justiça concedesse habeas corpus para que o PM responda em liberdade. Curto foi condenado a 12 anos pela morte de um integrante do Movimento do Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em uma reintegração de posse ocorrida em São Gabriel, em 2009. Ele estava preso no Batalhão de Posto de Guarda em Porto Alegre.
Em Bagé, o PM está sendo aguardado com festa. Hoje, a partir das 17h30min, amigos e colegas, com apoio de parte da população, realizam uma caminhada, com saída da Praça de Esportes, indo até a Catedral de São Sebastião.
O organizador, Marcos Kelsch, enfatiza que a petição tem como objetivo “pressionar” para que o sargento Alexandre responda na fase recursal em liberdade. O evento foi organizado antes da confirmação do habeas corpus. “O movimento é, também, em defesa dos Direitos Humanos. Para que haja sua aplicação de maneira universal, ou seja, para todos”, enfatiza.
Na quinta-feira (28/09), a sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Bagé foi transformada em especial para que os parlamentares disponibilizassem espaço para tratar sobre o caso do PM.
Familiares, policiais militares e civis, amigos e apoiadores de Alexandre, estiveram presentes no plenário Lígia Almeida. O sargento Marlon Trindade fez uso da tribuna. Momentos antes, o vereador Omar Ghani solicitou que fosse feito um minuto de silêncio em homenagem e apoio ao policial.
Sargento Marlon, como é conhecido na Brigada Militar, enfatizou que a família brigadiana precisa de apoio de toda a comunidade. “Não queremos nos colocar acima da lei. Defendemos que a lei seja aplicada a todos, inclusive a nós. Maus policiais devem ser processados e condenados. Mas esse não é o caso do sargento Alexandre. Temos essa certeza. A ficha dele é louvável”, salienta.
Trindade comenta que, em 20 anos de trabalho, o servidor Alexandre tem uma ficha funcional considerada, talvez, como a melhor do Estado. “Ele não seria capaz de planejar matar alguém. Sem falar que, após todo o fato que ocorreu, ele foi lá e se entregou. Disse que foi ele quem atirou.
O Alexandre tinha na consciência dele que a arma não estava carregada com munição letal. Foi um erro? Sim, foi um erro! Que ele seja julgado e punido, mas pelo erro. Não por homicídio doloso (quando se tem intenção de matar)”, explica.
O policial relata que a intenção não é afrontar o Judiciário. “Mas vamos recorrer a todas as esferas e buscar apoio em todos os poderes para que seja revisto. Ele tem emprego, endereço fixo e não teve o direito de recorrer em liberdade. Todo o réu que responde ao processo solto, aguarda o recurso também em liberdade. Por que para o sargento Alexandre não pode ser assim? Queremos que, no mínimo, a pena seja minorada”, completa.
Fonte: A Notícia On line