Bagé: Habeas corpus do “barão do jogo do bicho” será julgado hoje

Preso na Operação Deu Zebra, deflagrada pela Polícia Civil, o advogado e empresário Mário Kucera, denominado na ação como “barão do jogo do bicho”, espera, no presídio de Santana do Livramento, o julgamento do habeas corpus (ação judicial com o objetivo de proteger o direito de liberdade de locomoção ao lesado ou ameaçado por ato abusivo de autoridade).
Os advogados de defesa do empresário, Décio Lahorgue e José Carlos Teixeira Giorgis, entraram, no dia 26 de abril deste ano, com pedido, no poder Judiciário, para a soltura do acusado. “O julgamento será hoje, às 14h, pelos desembargadores da 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado”, informa Lahorgue.
O habeas corpus será julgado por um colegiado (três desembargadores), na 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado. No dia 5 de maio, os desembargadores solicitaram um ato ordenatório com o objetivo de analisar todo o processo resultante da Operação Deu Zebra. “Por este motivo, a demora para o julgamento. Mas acho positivo, eles quererem conhecer todo o processo”, salienta Lahorgue.
O advogado reafirma que seu cliente não é criminoso, e sim um contraventor. “Ele assume que é bicheiro, mas isto é uma contravenção penal, e não um crime”, argumenta.
Operação
A Operação Deu Zebra foi uma ação de combate à lavagem de dinheiro, deflagrada pela Polícia Civil em 25 de abril deste ano, na região da Campanha e Fronteira do Estado. O trabalho foi coordenado pela delegada de Santana do Livramento, Ana Luíza Tarouco. A investigação, de 16 meses, identificou uma organização criminosa que atuava no ramo de jogos de azar, configurando também os delitos de organização criminosa e lavagem de capitais.
Na operação, foi descoberto que os dois grupos controlavam a contravenção em mais da metade do Rio Grande do Sul e movimentaram, em quatro anos, o valor de R$ 521 milhões.
Os bicheiros, a partir de Bagé e de São Gabriel, controlavam o jogo do bicho pela internet, através de máquinas de cartão de crédito modificadas para fazer as apostas. Os grupos tinham conexão com São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.
Jornal Minuano