Falta de professores motiva protesto na escola municipal Herodiano Arrué

A falta de professores era, até então, um drama enfrentado por estudantes das escolas estaduais, onde a situação infelizmente é mais comum. Mas neste ano, alguns educandários da rede municipal também tem registrado o problema: na manhã desta segunda-feira (22), pais, alunos e equipe diretiva da escola Herodiano Arrué – localizada na rua Antenor Madruga, bairro Moacyr Dias – protestaram, pois faltam professores em quatro disciplinas: Matemática, Geografia, Língua Portuguesa e Ensino Religioso.
Mara Lemos, mãe de um estudante do educandário, conversou com a reportagem, enfatizando que desde o início do ano os alunos do 6º ao 9º ano estão sendo afetados. “Em março, o prefeito Mário Augusto e a secretária Melize Quadros estiveram aqui e prometeram que até o meio de abril a situação seria resolvida”. Há poucos dias de fechar o mês de maio, as crianças permanecem sem aulas. “Para nós que trabalhamos fica complicado, pois sabemos que a escola é um porto seguro. Com esta falta de professores eles vão pra casa”, relatou a mãe.
Mara também observa que o conteúdo permanece atrasado nestas disciplinas. “A diretora e a vice assumiram algumas aulas nestas disciplinas, mas fica difícil, pois elas têm outras atribuições. Falei com a secretária Melize (de Educação) e o discurso foi o mesmo, prometendo que até junho a situação estará resolvida, mas se não for resolvido, a mobilização será mais forte”, declarou.
A vice-diretora do educandário, Adriana de Souza, ressalta que “todos nós, pais, professores e funcionários, estamos aguardando desde o dia quatro de março; é de indignar a situação. Estamos sempre na expectativa do dia seguinte, não sabemos o que vai acontecer. Temos duas professoras para atender quatro turmas”.
O prefeito Mário Augusto, o secretário de Governo, Marco Antônio Rodrigues e a secretária de Educação, Melize Quadros Xavier, receberam a reportagem para explicar a adversidade. Segundo o mandatário, a situação ocorre em outras escolas. “Assumimos, no início do ano, sem professoras. Se nos questionarem se sabíamos da falta de professores, eu digo que não, isso não nos foi passado e acontece que algumas professoras acabaram desistindo da suplementação, além de aposentarias, licença-gestante e problemas de saúde. Ficamos com déficit de professores”, justificou o prefeito.
O último concurso, explica Mário Augusto, não abriu vagas para determinadas áreas, entre as quais, as que estão faltando no educandário. A solução encontrada pelo Executivo foi abrir processo seletivo via contrato emergencial. “Precisamos de uma série de trâmites para chamar os aprovados. Passar por uma banca examinadora e passar pelo Legislativo. Nossa previsão inicial era chamar estes professores na metade de abril, mas após a avaliação dos currículos dos inscritos, vieram os recursos, que atrasaram as chamadas. Posso garantir que nesta semana, os professores estarão nas salas de aulas, mas existe a possibilidade (de algum candidato insatisfeito com o resultado final) de entrarem com um mandato de segurança, bloqueando todo processo via judicial”, relatou Mário Augusto.
A secretária Melize reforça que se deve prosseguir com os prazos legais da seleção (o resultado está publicado na página oficial do município), respeitando os trâmites jurídicos. “Ninguém gostaria que a situação chegasse neste ponto”. Melize diz que o município também carece de merendeiras e atendentes de escolas infantis. Não está descartada a realização de concurso público no próximo ano.