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Em Bagé, irmandade busca alternativas para que Santa Casa não tenha as portas fechadas

Após duas assembleias em um intervalo de 15 dias, não houve profissionais interessados em assumir a provedoria da Santa Casa de Caridade de Bagé. Com o fim do período de seis meses da comissão provisória, o cargo está vazio. O impasse causa preocupações para a irmandade do hospital. A falta de um gestor pode efetivar uma série de implicações, como a falta do pagamento do 13º salário aos funcionários. No entanto, há articulações em andamento para que o problema seja sanado, conforme expõe um dos integrantes da irmandade, o médico Elias Kalil. As informações são do Jornal Folha do Sul.

De acordo com Kalil, os números atuais são os principais motivos pelo fato das assembleias da irmandade não apresentarem chapas para a provedoria. Ele relata que o déficit mensal da instituição é de, aproximadamente, R$ 400 mil. Inclusive, há três meses de atraso com a folha de pagamento dos médicos. “Nenhum dos 60 irmãos se prontificou a assumir. Temos um administrador, um quadro jurídico, um diretor financeiro. Mas não temos um provedor. E isso inviabiliza qualquer tipo de pagamento”, destaca.

Outra questão que aflige é a superlotação do hospital. O administrador da Santa Casa, Márcio Mello, detalha que faz quatro meses que o hospital trabalha com mais de 100% da sua capacidade de leitos disponíveis – 200. “No período, nunca baixou de 20 pacientes aguardando leitos. Isso é muito preocupante”, aponta.

Articulações

Na busca por soluções, a irmandade montou um grupo de trabalho para tratar do caso. A primeira medida foi um encontro com o vice-governador do Estado, José Paulo Cairoli, que cumpriu agenda em Bagé no início da semana. A partir do diálogo com o político, foi marcada uma audiência com o secretário estadual de Saúde, João Gabbardo, para terça-feira, às 15h, em Porto Alegre. Segundo Kalil, a reunião tem dois objetivos: o primeiro é cobrar do governo gaúcho o repasse de R$ 1,6 milhão, que estaria em atraso com o hospital. O outro diz respeito a uma renegociação para que o montante, acertado em contrato, seja elevado.

Paralelo à conversa com Gabbardo, há outra mobilização em Bagé. Kalil afirma que está marcada para segunda-feira, às 11h, uma reunião com representantes do Ministério Público, no próprio prédio da Santa Casa. O objetivo é buscar apoio do Judiciário para a resolução do caso. “Queremos expor toda a situação. Vale ressaltar que o Ministério Público sempre foi parceiro da Santa Casa. Precisamos que nos ajudem”, salienta. Após os dois encontros citados, a irmandade deve se reunir para debater os novos rumos da instituição.

Funcionamento ameaçado

Sem uma definição concreta, Kalil não descarta o risco atual da Santa Casa fechar as portas. Foi cogitada a possibilidade de empréstimo bancário para depositar o 13º na conta dos funcionários. Porém, o hospital enfrenta dificuldades para o acesso a linhas de crédito. “A situação é inédita. Nunca, em toda a história, o hospital tinha ficado sem provedor. Entre Bagé e região, são 200 mil habitantes que têm a Santa Casa como referência. Precisamos de algum gestor para que a instituição continue funcionando”, finaliza.

Folha do Sul

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