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Carlinhos de Jesus emociona bageenses

“Um Carlinhos mais emotivo, mais chorão, mais sensível: é muito eu o que tenho dançado; sou mais eu no palco”. É assim que Carlinhos de Jesus definiu sua apresentação, na noite de sábado, no Ginásio Auxiliadora, durante a décima quarta edição do Dança Bagé. Em entrevista exclusiva, comentou que, diferente de sua participação anterior, em 2013, optou por não recorrer a um personagem. A escolha se deve ao momento em que vive. Há cinco anos, a morte do filho fez com que o artista repensasse a carreira. “Pensei em parar de dançar. Cinco dias após a morte do meu filho, me vi em um palco nos Emirados Árabes, cumprindo um contrato rigoroso. Precisei encontrar uma motivação, levando a minha emoção para o palco”, comentou.

O artista falou sobre o crescimento do festival e do quanto uma cidade evolui por meio da cultura. “Conheço Bagé através da dança e percebo que a cidade, hoje, respira cultura”, destacou. “O momento que a gente vive, o país vive um turbulência, não vejo como ter um Ministério da Cultura extinto. Existe outra forma de reestruturar a economia. Um povo sem cultura é um povo sem identidade”, opinou. Apaixonado pelo Rio Grande do Sul, garante que, das danças gaúchas, apenas não aprendeu a chula. “Quando venho para o Rio Grande do Sul, quero ir ao CTG, quero ver a prenda. Bagé me proporciona isso”, relatou. A fala fez referência, também, a presença do secretário de Cultura, Silvio Machado, que estava pilchado.

Sobre a participação em festivais, o artista garantiu: “Eu me reciclo. Fico mais jovem. Sinto que estou contribuindo para a arte. E renovo o sentimento de que existem tantos como eu, em todos os cantos do país. Vejo o quanto somos ricos. Vou para o exterior e penso que temos tanto, apenas falta espaço”. Carlinhos esteve recentemente em Lisboa e afirma que o Brasil não perde em nada. “Fui às ruas de Bagé. Vi obras de arte, de artistas daqui, que poderiam estar lá”, garantiu.

Carlinhos de Jesus também opinou sobre a importância de oportunizar espaços, mas sobre a necessidade de entender que, nas comunidades mais carentes, “há cidadãos e não coitados”. Para ele, “é preciso parar de olhar o outro como diferente”. Ele justifica: “Defendo a cultura da linha e o anzol. O peixe vai depender de cada um. Tem que dar oportunidade”.

Jornal Folha do Sul

 

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