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Acadêmicos ocupam a reitoria da Unipampa em Bagé

Cerca de 20 acadêmicos da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) ocuparam a reitoria da instituição na manhã de ontem. Todos se manifestam contra os cortes orçamentários, as demissões de trabalhadores terceirizados e o desmantelamento da educação pública.
As acadêmicas de Letras, Taíza Fonseca e Juliana Mendes, entraram  no prédio da reitoria e montaram uma barraca logo na entrada. “Vamos ficar por tempo indeterminado. Estamos mobilizando os colegas e lutando pela educação. Outros campi já foram ocupados. Nós, alunos, estamos fazendo nossa parte”, salienta Juliana.

Por sua vez, a universitária Camila Soares enfatiza que o ato, em Bagé, é da categoria discente. “A ocupação é para pressionar contra os cortes na Educação”, comenta.
Em nota, os acadêmicos informam que a luta é contra todos os cortes na educação, e contra qualquer medida que vise prejudicar a qualidade do ensino, pesquisa e extensão. Diz a nota que “os estudantes são contra o corte dos funcionários terceirizados e qualquer outra medida de contenção de gastos que desumanize os trabalhadores. Contamos com a comunidade acadêmica para unificar a luta em defesa da universidade pública.”

Os cortes de recursos protagonizados pelo governo federal podem fazer a Unipampa fechar as portas até o mês de novembro, isso, mesmo após novo cálculo de redução estabelecido pela reitoria em um percentual médio de 44% – a ordem era redução de 50%- atingindo as verbas de custeio, usadas para manter a máquina em funcionamento (prejuízo em pagamento de diárias, contas de água, luz e telefone), haverá, também, uma redução dos serviços das empresas terceirizadas.

Conforme a diretoria do sindicato docente da instituição (Sesunipampa), o reitor Marco Hansen informou que é certo que, em Jaguarão, por exemplo, haverá demissões de terceirizados e o cálculo é que, no serviço de vigilância, o número cairá de oito para seis funcionários, enquanto que, na limpeza, o corte atingirá 50%.

Segundo o presidente da seção sindical, Caiuá Al-Alam, a pressão gerada pela ocupação dos três segmentos em quatro campi surtiu efeito. Os professores da Unipampa aprovaram a paralisação, em assembleia, na terça-feira passada. Hoje (ontem), uma nova assembleia será realizada para avaliação do movimento e decisão sobre ações futuras. Na avaliação do dirigente do Sesunipampa, apesar de ser positivo o fato de o reitor ter lançado nota pública favorável ao protesto dos segmentos, é preciso ir além, pressionando a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) para que cobre do governo interino uma revisão nos cortes.

Nota de repúdio
O Sesunipampa divulgou, na sexta-feira, à noite, uma nota de repúdio sobre a atual situação da instituição. “A direção da Sesunipampa vem repudiar a violência efetuada contra os estudantes do campus de Caçapava do Sul, que ocupavam pacificamente a BR-392 em protesto contra os cortes de quase metade do orçamento da universidade. Conforme relato do acontecimento, o efetivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) presente nada fez. Queremos a punição dos agressores bem como um posicionamento da reitoria defendendo sua comunidade acadêmica no ocorrido. Vivemos um contexto em que as forças conservadoras e reacionárias demonstram cada vez mais violência física e ignorância. A direção da Sesunipampa também vem a público manifestar o apoio a todas as ocupações que estão sendo realizadas nos campi da universidade. Movimentos legítimos que vem (sic) agregando formação política e pedagógica aos nossos estudantes, que tem (sic) demonstrado extrema organização em tais atividades de mobilização. Conclamamos a (sic) todos os professores, que busquem apoiar e se mobilizar junto às ocupações”, diz a nota.

Assembleia
Os docentes realizaram assembleia, ontem, às 17h e 18h30min, via videoconferência, com as seguintes pautas:
– Informes
– Pauta unificada
– Paralisação
– Encaminhamentos
– Comissão eleitoral para eleições da diretoria da Sesunipampa

Jornal Folha do Sul

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