Agricultores de Hulha Negra realizam protesto em frente ao Banco do Brasil
Manifestação busca soluções para a crise agrícola e acesso a crédito

Agricultores de Hulha Negra estão realizando uma mobilização em frente ao Banco do Brasil, em Bagé. O grupo de cerca de 100 produtores colocou 20 tratores na Marechal Floriano e pretendem ficar no local por tempo indeterminado para pressionar o governo federal a agilizar o acesso a crédito e renegociação de dívidas. A manifestação expressa a frustração dos produtores rurais com a demora de mais de 90 dias para a publicação de medidas efetivas que possam aliviar a crise enfrentada no campo.
Segundo um dos integrantes do movimento, Marino de Bortoli, as ações apresentadas até agora são excessivamente burocráticas e inviáveis para a maioria dos agricultores, que, em desespero, recorrem a empréstimos com juros altos. “A maioria dos agricultores ainda não teve acesso a crédito, insumos ou sementes para a safra de verão, que já está em andamento. Estamos em meados de setembro e não há tempo a perder”, afirma Bortoli. Ele destaca que muitos produtores, diante da falta de alternativas, assinaram contratos de financiamento com altas taxas de juros, o que comprometerá a próxima safra.
O grupo reivindica que o governo facilite o acesso a crédito por meio dos bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, além da implementação imediata de medidas que permitam a renegociação de dívidas. Conforme Bortoli, os pequenos produtores são mais vulneráveis e sem assessoria técnica ou jurídica, enfrentam grandes dificuldades para negociar com as instituições financeiras.
Outro ponto levantado são as diferenças dos valores nos juros anunciados pelo governo e os que estão sendo repassados aos produtores. Bortoli menciona que, enquanto o governo prometeu crédito com juros de 1,5% a 3,5% ao ano, algumas empresas e instituições financeiras estão oferecendo empréstimos a 10% ao ano. “Parece uma especulação com o dinheiro que deveria ser destinado ao apoio aos agricultores”, salienta.
Os manifestantes afirmam que permanecerão mobilizados até que algum representante do governo compareça para discutir as demandas e esclarecer como os pequenos produtores poderão ter acesso ao crédito e às medidas de apoio prometidas.
Fonte: Jornal Minuano