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Caminhoneiros organizam parada

Categoria se articula em diversos pontos do Brasil prometendo paralisação das atividades para o dia 1º de fevereiro

Mais uma vez, assim como em 2018, os caminhoneiros do país anunciaram que irão paralisar as atividades a partir do dia 1º de fevereiro. Entre as principais reivindicações estão a redução no preço do diesel, melhorias nas estradas e o Código Identificador da Operação de Transportes (Ciot) para todos os trabalhadores da área. Segundo os profissionais, o ato de protesto começará dia 1º de fevereiro e dependerá das negociações para se encerrar.

No programa Sintonia, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores Portuários de Rio Grande (SindiPortuários) e exibido na noite da última terça-feira, diversos representantes da categoria se reuniram virtualmente para debater as principais temáticas do ato. Com profissionais de diversos estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, os caminhoneiros concordam com todos os pontos da manifestação e garantem que as promessas de 2018 – ano em que houve outra paralisação – não foram cumpridas até o momento. Vídeos com os relatos de trabalhadores espalhados pelas estradas do país foram mostrados e todos se queixaram do preço do combustível, dos pedágios e das péssimas condições das rodovias.

Na mesma oportunidade, o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande (Sindicam), José Roberto Rosa, disse que a manifestação é a solicitação de direitos e o pedido que as promessas feitas em 2018 sejam cumpridas. Há 20 anos íamos a Santa Cruz e tínhamos dinheiro pra comprar um pneu, hoje não tem um terço do pneu, declarou. Ele também garante que a manifestação não servirá e nem tem a intenção de derrubar nenhum governo, pois não será um ato político.

O presidente da Associação Nacional dos Transportes do Brasil, José Roberto Stringasci, também estava presente no momento e garantiu que a duração da paralisação dependerá do rumo das negociações. Na pandemia não deixamos de cumprir nosso papel com a sociedade, só queremos um acordo que não seja baseado em promessas vazias, disse, garantindo que o atual cenário é pior que o de 2018. Ele também reforçou a ideia que o protesto não está ligado a nenhum lado da política, sem intenções partidárias. Outro ponto destacado por Stringasci é o fim do Preço de Paridade de Importação (PPI), uma pauta que sempre foi defendida pela classe.

Uma trabalhadora, representando Ribeirão Preto, São Paulo, manifestou sua indignação no programa Sintonia. Não somos baderneiros nem terroristas, somos pais de família suplicando ao governo e mostrando que estamos abandonados, afirmou Lucélia Venerozo. Ela enfatiza que a sociedade brasileira ainda não tem consciência da importância do trabalho dos caminhoneiros. Nos conheceram quando paramos, completou. Sobre o ato ocorrer através da suspensão das atividades, ela explica que manifestações de trabalho devem ocorrer nos locais de trabalho, por isso, a dos caminhoneiros precisa ser nas estradas.

A reportagem percorreu alguns postos de combustíveis da cidade para conversar com os trabalhadores, mas acabou encontrando poucos. Um deles, informou que não estava sabendo da paralisação e não quis se manifestar sobre os demais assuntos. Outro, de Erechim, contou que ouviu falar do protesto diz acreditar que irá acontecer.

Bolsonaro apelou

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu aos caminhoneiros, na tarde desta quarta-feira (27), para que não façam greve. Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil. Apelamos para eles que não façam greve porque todos nós vamos perder, todos, sem exceção. Agora, a solução não é fácil, estamos buscando uma maneira de não ter mais esse reajuste, disse, após reunião no Ministério da Economia.

De acordo com o presidente, está em estudo a diminuição do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), impostos federais que incidem sobre os combustíveis. O impacto da renúncia aos cofres da União, segundo ele, é de R$ 800 milhões por cada centavo reduzido. Para Bolsonaro, é importante que os governadores também reduzam o ICMS, imposto estadual. Para cada centavo do preço do diesel, aproveitando nós queremos diminuir no caso PIS/Cofins, equivale a buscarmos em outro local R$ 800 milhões. Então, não é uma conta fácil de ser feita.

Fonte: Diário Popular / Pelotas / RS

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