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Projeto visa monitorar mortandade de abelhas

Iniciativa inédita vai contar com “colmeias sentinelas”, que devem ser instaladas até o fim do ano em locais estratégicos do Rio Grande do Sul

Em meio a uma previsão de safra de mel acima da média no Rio Grande do Sul, a cadeia da apicultura e meliponicultura discute uma solução para monitorar abelhas no Estado e identificar as causas de mortandade de colmeias, situação que tem preocupado os criadores nos últimos anos. Uma proposta que visa gerar dados sobre as abelhas e preservar a biodiversidade foi apresentada na semana passada aos integrantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Apicultura da Secretaria da Agricultura, em reunião virtual.

O projeto Sistema de Informação e Monitoramento de Abelhas do Rio Grande do Sul: (SIM-Abelhas) surgiu depois de apicultores e meliponicultores terem acionado o Ministério Público do Estado após inúmeros casos de mortandade ocorridos, especialmente, a partir de 2017. O pesquisador e professor Aroni Sattler, da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), um dos responsáveis pelo projeto, explica que alguns apiários serão instalados em pontos estratégicos do Estado para vigiar as abelhas nativas com e sem ferrão. A partir de amostras coletadas nas “colmeias sentinelas”, nas abelhas, nos favos e no mel, em várias épocas do ano, se buscará identificar se eventuais problemas ou mortes ocorreram por questões de clima, de doenças ou pragas ou por agrotóxicos utilizados no entorno.

Para ser colocado em prática, no entanto, o projeto ainda depende de aporte de recursos, assunto que está sendo tratado, inclusive, junto a empresas fabricantes de agrotóxicos no âmbito do inquérito civil do Ministério Público que apura causas de mortandade no território gaúcho. Sattler diz que a ideia é que as colmeias sentinelas sejam instaladas ainda neste ano no Estado.

Segundo o pesquisador, muitas das mortes destes insetos analisadas nos últimos anos foram causadas pelo inseticida Fipronil. Sattler revela que tem recebido denúncias em 2020, mas que ainda precisam ser examinadas para se chegar a conclusões. “Vários casos se repetem com os passar dos anos nas mesmas localidades”, comenta, ao mencionar exemplos de mortandades ocorridas neste ano em São Gabriel, Santa Margarida do Sul, Ijuí, Alegria e Pantano Grande.

Fonte: Correio do Povo

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