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Como evitar acidentes e espantar o frio com segurança

Uso de aquecedores também demanda cuidados especiais

Para muitos bageenses, a única forma de manter a casa aquecida e protegida do frio e da umidade no inverno é por meio do uso da lareira, fogões a lenha (ecológica, improvisada, forjada ou de alvenaria) e eletrodomésticos. Porém, o uso desses recursos para espantar o frio pode trazer graves riscos de acidentes, por isso, a reportagem do jornal Folha do Sul consultou quem entende do assunto, os profissionais do Corpo de Bombeiros Militar de Bagé, que prestaram orientações sobre o uso correto de cada instrumento.

De acordo com o comandante do 1º Pelotão de Combate a Incêndios, sargento César Vasconcelos, antes de ligar, acender ou ativar aquecedores, estufas, lençóis térmicos, lareiras e outros utensílios, o usuário deve ficar atento e observar cada instrução do manual. “Muitos tentam economizar e fazer objetos improvisados para obter aquecimento. Contudo, o risco de acidentes e de incêndios é muito grande e nossa orientação é que sempre sejam adquiridos produtos certificados, com garantia e manual de instruções”, explicou.

Perigo mortal

No sábado, em Lagoa vermelha, cinco pessoas de uma mesma família ficaram feridas após uma lareira improvisada explodir e, posteriormente, causar a morte de Terluize Tozon, 12 anos, que sofreu queimaduras em 90% do corpo e não resistiu aos ferimentos. O irmão da menina, de 6 anos, também foi hospitalizado em estado grave e os pais foram atendidos após o incidente. “O que se percebe nesse tipo de ocorrência é que o dispositivo improvisado foi feito sem nenhum cuidado e provavelmente, a explosão ocorreu no momento de reabastecer a lareira improvisada, quando a temperatura já estava alta”, argumentou Vasconcelos.

Segundo informações do G1, o Corpo de Bombeiros relatou que o incêndio foi provocado por uma lareira improvisada com três latas de cerveja cortadas ao meio. O fogo era feito com etanol. A mãe das crianças, de 33 anos, teve queimaduras em uma das pernas e o pai, 38, em um dos braços. Conforme o hospital, o quadro é estável. A avó dos irmãos também foi atendida no hospital da cidade, mas já foi liberada. Ela teve as mãos queimadas ao tentar socorrer os netos. “O maior perigo para quem usa dispositivos que queimam combustíveis em espaços fechados é no momento de reabastecer. Nossa orientação é que os usuários aguardem a queima total do combustível e esperem esfriar, pelo menos, 40 minutos antes de reabastecer. Ressalto que o uso de dispositivos improvisados é perigoso. Esse acidente comprova o risco que a combinação entre um equipamento inadequado aliado ao uso incorreto pode causar”, afirmou o sargento.

Eletrodomésticos

Aquecedores elétricos, estufas, cobertores ou mantas térmicas também têm cuidados que precisam ser seguidos antes de serem ligados. O profissional destacou que não devem ser ligados à rede elétrica doméstica junto com outros aparelhos, na mesma tomada. “Esse tipo de equipamentos demandam muita energia e o uso de “benjamins” ou “t” pode causar sobrecargas, curtos-circuitos e acarretar em incêndios. Esses aparelhos não podem ser ligados próximos a outros objetos – cortinas, tecidos, cobertores e outros. Também recomendo que seja deixada uma área livre no entorno do objeto, para evitar acidentes e favorecer a circulação do ar. No caso de lençóis e mantas térmicas, a recomendação é a mesma de não usar outros aparelhos ligados na mesma tomada e desligar da rede após o uso”, alertou.

Foto: João A. M. Filho / FS

Fogões a lenha e lareiras

A principal orientação dos bombeiros para quem utiliza fogões a lenha e lareiras de metal ou de alvenaria é a limpeza da chaminé, pelo menos, uma vez ao ano. O principal risco nesse tipo de equipamentos é que a fuligem e a cinza acumulada nos dutos possam superaquecer e entrar em combustão, podendo se alastrar em locais de difícil acesso, mesmo para os socorristas. “Alguns tipos de madeira, como acácia e nó de pinho são ainda mais perigosos, pois podem acumular na chaminé e bloquear o fluxo da fumaça, podendo contaminar o ambiente onde as pessoas estão, inclusive, caso ocorra a entrada abrupta de ar, pode também causar um incêndio. Por isso, o ideal é fazer uma limpeza e manutenção periódica uma vez ao ano. No caso de lareiras de metal, é preciso também ficar atento à pintura anticorrosiva nos dutos, que pode descascar ou também dar início a uma combustão”, acrescentou.

Foto: Anderson Ribeiro / FS

Para o caso das lareiras ecológicas, que usam a queima de combustível em recipiente de metal (aço inox), é necessário que se observem todas as instruções do manual do fabricante e não se exceda os limites de combustível a ser utilizado na queima, além de manter um fluxo de ar constante no espaço.

Para quem usa braseiro ou fogareiro, que se trata de um objeto improvisado de metal para acondicionar brasas de carvão, é recomendado colocar em uma área aberta, fora da casa para acender o fogo e só depois levar para dentro. “Acender braseiros ou fogareiros dentro de casa pode causar contaminação por fumaça e acidentes”, alertou Vasconcelos.

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Orientações

  • Observe estritamente as instruções de uso do fabricante;
  • Não permita acesso ou manuseio a crianças e idosos;
  • Faça inspeção do dispositivo e manutenção periódica;
  • Evite o emprego de instrumentos improvisados de aquecimento;
  • Não use aquecedores, estufas e lençóis térmicos ligados na mesma tomada com outros aparelhos;
  • Tenha cuidado ao reabastecer o combustível da lareira ecológica: aguarde esfriar antes de reacender o fogo;
  • Limpe os dutos e chaminés de lareiras e fogões;
  • Mantenha uma janela ou acesso com fluxo de ar aberto para evitar a contaminação de gases ou fumaça;
  • Não permita que as pessoas fiquem próximas demais da fonte de calor;
  • Mantenha uma área livre entre a fonte de calor e quaisquer outros objetos.

Fonte: Folha do Sul

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